O Bradesco BBI elevou sua recomendação para a Camil de ‘neutro’ para ‘compra’ — citando a perspectiva de uma alta no preço do arroz, o que deve impulsionar os lucros da companhia neste ano.

O banco subiu seu preço-alvo da ação para R$ 12, um upside potencial de 37% em relação ao preço de tela. 

A Camil sobe mais de 16% no início da tarde. 

“O preço do arroz deve subir, se movendo na direção contrária de outras commodities agrícolas, dado que o Brasil deve ver este ano sua menor produção de arroz das últimas duas décadas,” escreveram os analistas Leandro Fontanesi e Victor Romano. 

Para eles, o preço da ação da Camil “parece inconsistente”, já que há uma correlação positiva muito grande entre o preço do arroz e o desempenho do papel. (O arroz ainda representa 50% do EBITDA da companhia). 

Historicamente, a Camil tem conseguido repassar a alta do preço do arroz para o preço de seus produtos, diluindo os custos fixos. 

O Bradesco BBI disse que estima um preço médio para o arroz de R$ 90 por saca em 2023, em comparação a um consenso do mercado (e a previsão anterior do próprio Bradesco) de R$ 75/saca. 

Essa mudança na estimativa do preço fez o banco elevar também sua perspectiva para o EBITDA da Camil em 2023 e 2024. Agora, a projeção do Bradesco está 10% acima do consenso e de sua projeção anterior.

O banco disse ainda que vê algumas opcionalidades para a tese, como o ramp up mais acelerado dos novos segmentos de cookies, pasta e café, que poderiam adicionar R$ 1 ao preço-alvo da ação, “se a Camil entregar margens em linha com os peers para esses segmentos em 2024.”

Nas contas do Bradesco, a ação está negociando a um múltiplo “atrativo” de 5x o EBITDA deste ano, abaixo da média histórica de 6,5x.

A Camil é a ‘top pick’ do banco no setor de alimentos, seguida pela M. Dias Branco, Ambev e BRF.