A Goldman Sachs reiterou sua recomendação de ‘compra’ para a ação da Arezzo&Co num momento em que o papel cai 22% desde o início do ano. 

Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini admitem que as vendas da companhia no primeiro tri foram fracas e que há preocupações em relação à fusão com o Grupo Soma, mas acreditam que estes riscos “já estão excessivamente descontados.”

A ação da Arezzo&Co opera em baixa de 0,7% no início da tarde, saindo a R$ 48,76. 

Segundo a Goldman, a house of brands de Alexandre Birman negocia agora a 13x o lucro deste ano e 11x o de 2025, um desconto dramático em relação ao múltiplo médio dos últimos cinco anos (21,6x). 

Os analistas projetam que a receita, o EBITDA ajustado e o lucro vão subir 10%, 11% e 12% ao ano, respectivamente, de 2024 a 2026.

“Acreditamos que o valuation pareceria atrativo mesmo se adotássemos expectativas mais conservadoras em relação ao crescimento,” disse o banco.

Porém, há riscos.

Os analistas disseram que investidores se mostram preocupados com a divisão de foco da Arezzo com a operação da Soma em um momento de resultados fracos.

As vendas para clientes multimarcas caíram 4% no primeiro tri, e houve desaceleração tanto em franquias (alta de 1% na comparação anual) quanto na venda direta (6% de crescimento, ante 13% no quarto trimestre). A Schutz, a segunda principal marca, teve queda de 3% na receita bruta no primeiro tri, ano contra ano.

“Também há uma preocupação de que a Arezzo esteja mudando de uma estratégia de crescimento orgânico para predominantemente inorgânica,” escreveram os analistas, o que justificaria múltiplos menores.

Mas eles veem como acertada a decisão de priorizar o turnaround da operação da Hering, “dado o potencial de valor a ser desbloqueado”. 

A ação da Arezzo&Co cai 36% nos últimos 12 meses. A empresa vale R$ 5,4 bilhões na B3.