A Berkshire Hathaway comprou quase 26 milhões de ações da Chubb – o equivalente a US$ 6,7 bilhões ao preço de tela – um investimento que torna a seguradora a 9ª maior participação da Berkshire.
Depois da notícia, a ação da Chubb subiu mais de 6% no after market em Nova York ontem à noite.
Em doze meses, o papel avança 27%. A Chubb vale US$ 103 bilhões na NYSE.
A Berkshire vem comprando ações da seguradora há cerca de nove meses, mas optou por um tratamento confidencial junto à SEC, o que a permitiu montar a posição sem distorcer o preço.
Uma das maiores seguradoras dos EUA, a Chubb opera em 55 países, incluindo o Brasil, e oferece seguros de ramos elementares, vida, saúde e resseguros.
A empresa é muito conhecida pelo specialty insurance, a cobertura de itens pouco usuais que vão desde o show da Madonna no Brasil até coleções de garrafas de vinho que podem custar milhões de dólares.
O CEO da empresa, Evan Greenberg, é filho do lendário CEO da AIG, Maurice ‘Hank’ Greenberg.
Em 2015, foi Evan quem arquitetou a compra, pela ACE Limited, da Chubb Corporation numa transação de US$ 28 bilhões. A nova empresa — Chubb Limited — ficou baseada em Zurique, onde já era a sede da ACE.
A Chubb negocia a um múltiplo de 11,2x o lucro estimado para os próximos 12 meses, em linha com a média da indústria (11,3x). No primeiro tri, a Chubb reportou uma alta de 13% em seu lucro líquido, para US$ 2,14 bilhões
Trata-se de um negócio que Warren Buffett conhece bem: a Berkshire tem diversos investimentos no setor de seguros, incluindo participações em companhias como a Geico, a Alleghany (pela qual pagou US$ 11,6 bilhões em 2022) e a resseguradora General Re.
A origem da Chubb remonta a 1882, quando Thomas Caldecot Chubb e seu filho Percy abriram um negócio de underwiting de seguros marítimos na zona portuária de Nova Iorque. (Segundo a história oficial, eles pediram US$ 1.000 a cada um de 100 comerciantes para fundar a Chubb, que focou inicialmente em seguro de navios e cargas.)
“Os Chubbs eram peritos em transformar risco em sucesso, muitas vezes ajudando seus segurados a evitar catástrofes antes delas ocorrerem. Na virada do século, a Chubb já havia estabelecido fortes relações com agentes e corretores de seguros” que confiavam seus clientes à seguradora.
A Berkshire também anunciou que zerou sua posição na HP – algo que já vinha fazendo nos últimos anos. Em seu auge, a Berkshire chegou a ter 10% da HP.
Além disso, a empresa também vendeu 116 milhões de ações da Apple no primeiro tri. A Berkshire agora detém 789 milhões de ações da Apple – cerca de US$ 150 bilhões – o que representa 40% de seu portfólio de ações.
Buffett também diminuiu as posições na Chevron e na Paramount Global.
