A Brex – nova fintech dos empreendedores seriais Henrique Dubugras e Pedro Franceschi – acaba de levantar US$ 50 milhões numa rodada com 12 investidores, incluindo os fundadores do Paypal, Peter Thiel e Max Levchin; o ex-CEO da Visa Carl Pascarella; Hugo Barra, o brasileiro encarregado de realidade virtual no Facebook; e o Ribbit Capital, um fundo de VC americano focado em fintechs.

A Brex é uma emissora de cartões de crédito corporativo para startups. Nasceu para resolver um obstáculo que incomoda os empreendedores na aceleradora Y Combinator, em San Francisco, onde estão incubados.

As startups levantam milhões de dólares com investidores, mas como não possuem histórico de crédito, não conseguem um cartão corporativo nos grandes bancos. Como as empresas não geram caixa, o empreendedor tem que usar seu cartão de crédito pessoal para pagar as despesas da empresa.

A Brex consegue emitir um cartão virtual em 5 minutos. Não exige garantias pessoais ou depósito. Ao invés de histórico de crédito, a empresa usa as informações sobre quem são os investidores por trás da startup e o saldo em conta corrente. O saldo mínimo é US$ 100 mil. E o limite de crédito é uma porcentagem do saldo.

A Brex ganha dinheiro cobrando US$ 5 por cartão adicional emitido. (Os primeiros cinco cartões de cada startup são gratuitos.) E oferece serviços que facilitam a vida do empreendedor: integração com programas de prestação de contas (as notas de despesas podem ser enviadas pelo celular), categorização de despesas por fornecedor e cancelamento de cartão de funcionários com um clique.  

A solução encontrada para mitigar o risco de inadimplência das startups é não rolar a dívida: o cartão tem que ser pago integralmente ao final do mês. Caso contrário, o cartão é cancelado.

Antes desta rodada, a Brex havia levantado apenas US$ 7 milhões. (A empresa foi fundada em março do ano passado.)

A Brex começou atraindo as startups da Y Combinator e de outras empresas do network dos seus investidores. Já são mais de 1000 clientes (contando individualmente os funcionários de cada startup). Agora, se prepara para expandir.

A meta para este ano é alcançar US$ 300 milhões em gastos nos cartões – e cinco vezes isso até o final do ano que vem. O investimento vai funcionar como um colchão de segurança dado o risco de emprestar para startups.

Outros investidores que participaram da rodada incluem o russo Yuri Milner, do DST Global, Chase Coleman, do Tiger Global, e Barry Sternlicht, CEO do Starwood.

A Brex é a segunda empresa de Dubugras e Franceschi – hoje com 22 e 21 anos. Franchesi aprendeu programação sozinho aos 6, enfrentando a resistência dos adultos que insistiam em dizer que não era pra mexer “porque computador que não é brinquedo.” Aos 11 ficou famoso (e ganhou uns bons trocados) hackeando e desbloqueando iPhones.  

Há pouco mais de cinco anos, a dupla fundou um site de relacionamento, mas esbarrou na falta de um meio de pagamento ágil para cobrar pelos “matches”. Foi quando viram a oportunidade de fundar a Pagar.me, de pagamentos digital. Venderam o negócio em 2016 e foram estudar em Stanford. Abandonaram o curso quando tiveram uma ideia aprovada para aceleração na Y Combinator, a aceleradora mais pop do Vale do Silício.