O Fleury acaba de anunciar que Jeane Tsutsui, uma veterana com 20 anos de casa, será a nova CEO da rede de diagnósticos, substituindo Carlos Marinelli, que estava há sete anos à frente da empresa.
A sucessão, inesperada, acontece num momento de efervescência no mercado de saúde, com IPOs bilionários, M&As colossais e healthtechs tentando cortar uma fatia do queijo das incumbentes.
Ao longo da última década, Jeane fez a delicada transição da carreira médica para a gestão executiva.
A nova CEO formou-se pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), fez residência em Cardiologia no Incor, doutorado em cardiologia, pós-doutorado no University of Nebraska Medical Center e é livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP.
Na migração para a carreira executiva, fez um MBA em conhecimento, inovação e tecnologia na FIA e se especializou em gestão em cursos na Harvard Business School, Wharton e na Sloan School of Management, do MIT.
Ela é responsável pela gestão de negócios do Fleury desde 2018.
A troca de guarda vem num momento em que o Fleury tenta se transformar de uma rede de laboratórios numa plataforma de saúde, com aquisições estratégicas e investimento pesado em sua plataforma digital, a Saúde iD.
Essa transformação foi iniciada por Marinelli, mas, ao que tudo indica, não foi rápida o suficiente.
“Apesar de ser um ícone do mercado de saúde e dono de uma grife invejada, o Fleury viu seu valor de mercado estagnar enquanto outras empresas do setor como Hapvida, Rede D’Or e Dasa decuplicaram de valor com estratégias agressivas de M&A,” diz um gestor que já foi acionista da empresa.
Outro investidor nota que a companhia tem três stakeholders com agendas diferentes: o Bradesco, dono de 22% da companhia, os médicos fundadores, que têm 20%, e o mercado de capitais.
Marinelli fará uma transição até o fim deste mês.