Num movimento inesperado, a Cogna Educação acaba de anunciar uma oferta para levantar pelo menos R$ 2 bilhões, uma medida drástica do CEO Rodrigo Galindo para reduzir a dívida da companhia e permitir que ela volte a crescer.

10621 f99987a7 021b 4cda 5201 19afbab25eabA oferta, que deve ser precificada dia 11, vem antes do planejado IPO da Vasta, o spinoff de B2B de educação básica que a Cogna espera listar nos EUA ainda no primeiro semestre.

Nos últimos meses, a ação da Cogna não participou do rali da Bolsa em grande parte devido à preocupação do mercado com o tamanho da dívida da companhia, que tem gerado menos caixa no mundo pós-FIES e se endividou muito com a compra da Somos Educação por R$ 8 bilhões.

Na superfície, a Cogna tem uma dívida líquida de apenas 3 vezes seu EBITDA, mas os analistas notam que esta geração de caixa inclui itens não-recorrentes, reversão de provisão, e recebíveis de créditos dado a alunos, que não são caixa.

No final do terceiro trimestre, o último reportado, a Cogna tinha uma dívida líquida de R$ 7,8 bilhões.

Agora, Galindo parece determinado a liquidar essas dúvidas levantando mais equity.  Se o ‘hot issue’ for colocado, a transação pode chegar a R$ 2,7 bilhões.

Além disso, a Cogna espera levantar outros R$ 2 bilhões no IPO da Vasta, uma oferta primária que deve diluir a participação da Cogna na empresa em 20%, segundo fontes próximas à companhia.

Como 2020 é o último ano com resquícios de alunos FIES na base, a rentabilidade da Cogna ainda deve sofrer este ano. Nos últimos quatro anos, as turmas que a companhia vem formando — sem o FIES — possuem menos alunos por sala.
 
“Mas depois disso, como a base vai estar bem deprimida, qualquer crescimento que vier deve se mostrar robusto, e a companhia agora tem a Somos, um conjunto de ativos muito relevantes em ensino básico com um potencial de valor a ser extraído muito maior do que a empresa entrega hoje,” diz um analista.
 
O líder da oferta é o Itaú BBA; BTG Pactual e Morgan Stanley são coordenadores sêniores; e Santander, Bradesco BBI, Credit Suisse e JP Morgan também integram o sindicato.
 
SAIBA MAIS