Num movimento inesperado, a Cogna Educação acaba de anunciar uma oferta para levantar pelo menos R$ 2 bilhões, uma medida drástica do CEO Rodrigo Galindo para reduzir a dívida da companhia e permitir que ela volte a crescer.
A oferta, que deve ser precificada dia 11, vem antes do planejado IPO da Vasta, o spinoff de B2B de educação básica que a Cogna espera listar nos EUA ainda no primeiro semestre.
Nos últimos meses, a ação da Cogna não participou do rali da Bolsa em grande parte devido à preocupação do mercado com o tamanho da dívida da companhia, que tem gerado menos caixa no mundo pós-FIES e se endividou muito com a compra da Somos Educação por R$ 8 bilhões.
Na superfície, a Cogna tem uma dívida líquida de apenas 3 vezes seu EBITDA, mas os analistas notam que esta geração de caixa inclui itens não-recorrentes, reversão de provisão, e recebíveis de créditos dado a alunos, que não são caixa.
No final do terceiro trimestre, o último reportado, a Cogna tinha uma dívida líquida de R$ 7,8 bilhões.
Agora, Galindo parece determinado a liquidar essas dúvidas levantando mais equity. Se o ‘hot issue’ for colocado, a transação pode chegar a R$ 2,7 bilhões.
Além disso, a Cogna espera levantar outros R$ 2 bilhões no IPO da Vasta, uma oferta primária que deve diluir a participação da Cogna na empresa em 20%, segundo fontes próximas à companhia.