Ao longo dos últimos 21 anos, a Bradesco Asset Management se consolidou como uma das principais gestoras de recursos do País – transformando-se num colosso com mais de R$ 540 bilhões em ativos sob gestão.

Mas novos tempos exigem novas ideias – e a Bradesco Asset tem trabalhado para reposicionar sua marca e ir além da percepção do arroz com feijão dos fundos de renda fixa e crédito privado.

“Queremos avançar nas áreas de maior valor agregado, trazendo inovação e pesquisa para dentro da Bradesco Asset,” disse Bruno Funchal, que assumiu o comando da gestora há cerca de dois meses depois de um período no setor público.

O shift para produtos mais sofisticados tem a ver com uma mudança no perfil dos investidores, que estão mais exigentes em grande parte por terem sido obrigados a buscar outros investimentos quando a Selic bateu 2%.

Agora, com a taxa básica da economia em 13,25%, a renda fixa voltou a ficar atrativa, “mas o investidor não é mais o mesmo.”

“Ele aprendeu que isso é uma coisa cíclica, que os juros não vão ficar lá em cima para sempre e que precisa ter um portfólio diversificado para ter um retorno consistente no longo prazo,” disse Bruno.

Segundo ele, diversas mudanças institucionais no País também devem fazer com que a taxa de juros estrutural da economia seja menor do que era antes.

“Apesar de todas as incertezas futuras o fiscal está mais controlado, tivemos a TLP substituindo a TJLP, o BNDES está menor, vários marcos regulatórios melhoraram…” disse o CEO, que passou recentemente pelo Tesouro Nacional no Ministério da Economia.

Para refletir esse novo posicionamento, o Bradesco vem reforçando sua equipe de multimercado, que hoje conta com 9 gestores e analistas. O plano é contratar, pelo menos, mais 4 profissionais nos próximos meses nas mesas de produtos de valor agregado.

Recentemente, a Bradesco Asset acelerou a oferta de novos produtos, incluindo estratégias alternativas, lançando dois novos fundos: um fundo de debêntures incentivadas que segue a inflação e paga prêmio em relação à NTN-B, e uma oferta bem-sucedida de um fundo high yield que será listado na B3 – o Bradesco Crédito Privado High Yield – que investe em ativos como FIDCS e debêntures. A captação desse fundo foi concluída em julho, e a expectativa é que ele comece a negociar na Bolsa em outubro.

A Bradesco Asset também tem criado fundos de fundos (FoFs) para investir em ativos alternativos, como private equity e venture capital.

Num momento em que a competição tem aumentado no mercado de gestão de recursos, a Bradesco Asset também tem redobrado seus esforços de distribuição.

A gestora já tem 29 de seus fundos distribuídos em mais de 15 plataformas. Para intensificar o serviço de consultoria, o Banco criou a figura do especialista de investimentos – uma espécie de agente autônomo que guia o cliente do Bradesco em suas decisões de investimento.

O Bradesco já tem cerca de mil especialistas, que atuam em conjunto com o gerente da agência, e ainda pretende ampliar essa equipe.

“É uma forma de ganharmos capilaridade e trazermos um serviço de qualidade, estando próximos do cliente,” disse o CEO. “O ambiente econômico está mais volátil e complexo, então temos que ter pessoas orientando bem de perto nossos clientes.”

Apesar de já ser a terceira maior gestora do Brasil, Bruno diz que a Bradesco Asset quer aumentar seu AUM com foco principalmente nos produtos alternativos, renda variável e em multimercados.

“Tinha uma estratégia que funcionava bem no passado, para um tipo de ambiente econômico. Agora precisamos avançar, nos modernizar e trazer uma experiência cada vez melhor para o nosso cliente.”

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