Nos últimos quatro anos, a Unipar mais que dobrou de tamanho, passando de um faturamento de R$ 3 bilhões em 2019 para R$ 7,3 bilhões ano passado.

Agora, a petroquímica está executando um novo ciclo de investimentos com o objetivo de dobrar novamente seu top line em dez anos, expandindo sua capacidade e entrando em novas regiões e mercados.

A Unipar dividiu sua estratégia de crescimento em três frentes: expandir os negócios core de fabricação de cloro, soda e PVC no Brasil, Argentina e outros países; entrar em negócios adjacentes ao core; e desenvolver novos negócios de química básica e petroquímica.

No negócio core, um dos projetos que vai turbinar os resultados é a expansão da fábrica de Santo André — que já foi concluída e as novas estruturas estão funcionando em full capacity.

A nova capacidade da fábrica passou de 160 mil toneladas/ano para 189 mil toneladas/ano de cloro líquido, de 180 mil toneladas/ano para 213 mil toneladas/ano de soda cáustica líquida e em escamas e de 37 mil toneladas/ano para 129 mil toneladas/ano de ácido clorídrico.

A Unipar investiu cerca de R$ 100 milhões na instalação de um novo eletrolisador para a produção de cloro e soda cáustica (que consome 18% menos energia), e na implantação de um forno de ácido clorídrico.

Esses investimentos vão aumentar a capacidade produtiva de cloro e soda cáustica em cerca de 15%. A produção de ácido clorídrico deve aumentar na mesma magnitude.

O projeto de Santo André também tem diferenciais sustentáveis relevantes, que vão contribuir para a descarbonização da produção. “Ele vai permitir, por exemplo, a recuperação do calor gerado na produção de ácido clorídrico, que vai ser transformado em vapor e utilizado na alimentação da própria planta, reduzindo o consumo de gás natural,” disse o CEO Maurício Russomanno.

O resultado disso será a redução das emissões da Unipar em 2 mil toneladas de carbono por ano.

A produção também vai usar energia renovável para produzir cloro e soda e para gerar hidrogênio verde que será usado como insumo na produção de ácido clorídrico — permitindo disponibilizar para o mercado um ácido clorídrico com baixa pegada de carbono.

Outro projeto relevante é a construção de uma fábrica de cloro e soda em Camaçari, na Bahia.

A nova fábrica vai ao encontro do aumento de demanda esperado pelas empresas de saneamento na região, depois da aprovação do novo Marco Legal do setor.

A planta vai começar pequena para os padrões da Unipar – com capacidade produtiva de 20 mil toneladas de cloro/ano e 22 mil toneladas de soda – mas deve ser a base de um novo cluster que eventualmente pode ser tão grande quanto Cubatão. A planta deve ser expandida em módulos ao longo dos anos, na medida em que a demanda continuar crescendo.

Segundo Maurício, o saneamento é justamente um dos principais vetores de crescimento da Unipar para os próximos anos.

Hoje, um terço da produção da companhia já vai para o setor: o cloro e a soda são usados no tratamento da água; o PVC, na produção de tubos e conexões usados para transportar a água e o esgoto.

A expectativa da Unipar é que a demanda por esses produtos cresça ainda mais para atender as metas do Marco Legal, que prevê que 99% da população tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto até 2033.

Para viabilizar a universalização, será necessário instalar cerca de 410 mil quilômetros de redes de água e esgoto por todo o Brasil, o equivalente a 54x o tamanho do litoral brasileiro.

Outra frente de expansão será a fábrica em Bahia Blanca, na Argentina. Por lá, uma das principais frentes de crescimento é o ácido clorídrico, que é vendido principalmente para a indústria de lítio do país — que usa o insumo no processo de extração do mineral e no refino.

A Unipar investiu quase US$ 80 milhões nos últimos anos para melhorar a segurança, confiabilidade e a competitividade da fábrica de Bahia Blanca. Essas melhorias permitiram que a planta produza até 35 mil toneladas por ano de ácido clorídrico, além de ter aumentado a capacidade de produção de cloro e soda cáustica.

“Na Argentina existe uma alta demanda por ácido clorídrico, mas a oferta é baixa em termos de fornecedores nacionais,” disse Maurício. “O fato de a Unipar poder fornecê-lo ao mercado local é uma solução para empresas que até então tinham que importá-lo ou estudavam investir em autoprodução.”

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