Às vésperas do Natal, um investidor global do mercado de dívida resumiu assim o grande dilema do mercado de renda fixa para 2022: “O Fed errou, sabe que errou, e agora o mercado também sabe que ele errou. O maior risco agora é que, na tentativa de corrigir essa distorção, eles exagerem pro outro lado.”

Com o Treasury de 10 anos chegando a bater acima de 2%, a leitura do investidor se mostrou precisa – com implicações para todo o universo de emissores de dívida de mercados emergentes.

No ano passado, o Brasil emitiu mais de US$ 27 bilhões em corporate e sovereign bonds – um número que deve cair este ano dado o novo contexto de mercado.

O Bradesco BBI – o líder na coordenação de emissões de dívida brasileira no mercado internacional de bonds – estima que as emissões fiquem numa faixa entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões este ano, dependendo das condições de mercado.

“Não é que o mercado esteve fechado no começo do ano. Não teve um emissor que colocou a oferta na tela e que teve que cancelar,” diz Gilberto Nakayasu, o head de international DCM do Bradesco BBI. “Se não fosse essa volatilidade das Treasuries e aspectos geopolíticos, ao redor de 12 emissores já teriam acessado o mercado.” Por enquanto, foram apenas sete.

Nesse cenário, o Bradesco BBI é o ‘one-stop shop’ para emissores frequentes ou novatos.

O alicerce de tudo é a inteligência da mesa, que mantém conversas constantes com fundos dedicados e frequentemente recebe indicações de interesse por títulos de um dado emissor.

“Nossa rotina é manter o ouvido no trilho, gerando insights e lendo o timing de mercado para podermos recomendar as melhores estruturas e ideias para aquele momento,” disse Guilherme Zraick, o Head de Emerging Markets Credit Sales do BBI.

Mas só coordenar a emissão de bonds não é o suficiente.

O cliente precisa de apoio depois do pricing – seja para ‘fazer mercado’ mantendo a liquidez do papel, seja para internalizar os recursos da forma mais eficiente.

Além disso, no centro da plataforma de soluções ao cliente o Bradesco BBI mantém uma mesa de derivativos estruturados e FX – com a capacidade de aprovação de crédito e execução.

“A execução de um hedge não é trivial. Ela requer um processo faseado e apetite de crédito para não interferir no mercado de forma abrupta,” diz Gilberto.

Como resultado, o Bradesco BBI ficou no topo de 3 rankings – Dealogic, BondRadar e Anbima – por sua performance na emissão de dívida internacional de bonds para clientes.

O Bradesco BBI também ganhou destaque no ranking de negociações no mercado secundário. Na MarketAxess, uma plataforma eletrônica onde ocorrem de 25% a 30% das negociações dos bonds brasileiros, o flow desk do Bradesco BBI ficou em primeiro lugar no chamado ‘hit ratio’ para Brazil Corporate e Sovereign Bonds – ou seja, é o banco com os melhores níveis de eficiência de conversão dos negócios.

Segundo a MarketAxess, cerca de 18% do volume de cotações que passam pelo flow desk do banco viram negócio, mais de 6 pontos percentuais acima do segundo colocado no ranking.

Dada a tensão do mercado com a alta de juros do Fed e o momento geopolítico, Guilherme recomenda que emissores ajam com cautela. “Este é um momento que os investidores estão demandando um maior prêmio para novas captações.”

Mas se a janela de mercado se estabilizar, “tem uma fila de emissores para acessar,” disse Gilberto. “Do ponto de vista do emissor, o importante é monitorar sempre o mercado e estar preparado para agir no momento certo.”

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