O Banco BR Partners disse que sua receita subiu 55% nos primeiros nove meses do ano, enquanto o lucro líquido aumentou 63%, com a volatilidade dos mercados ajudando sua área de sales and trading.
Este é o segundo resultado trimestral reportado pela BR Partners desde seu IPO em meados de junho.
O banco fundado por Ricardo Lacerda fez uma receita de R$ 252 milhões e um lucro líquido de R$ 107 milhões, com uma margem de 42%. Olhando a métrica de nove meses — que evita a ciclicidade trimestral — todas as áreas do banco apresentaram receita recorde.
Na área de assessoria a M&As — que faz metade da receita do banco — o volume de transações anunciadas caiu 9,7% na comparação ano contra ano, mas a receita líquida aumentou 35,4%, refletindo um mix de transações maiores e mais rentáveis.
O banco disse que o volume de M&As anunciados nos últimos doze meses até setembro foi quase 3x maior em comparação com o mesmo período de 2020, na medida em que empresas capitalizadas buscam oportunidades de crescimento inorgânico.
Em termos de deals anunciados, os setores mais ativos ao longo do último ano foram serviços financeiros (22%), varejo (22%) e petróleo e gás (17%).
Na área de mercado de capitais, a BR Partners estruturou um recorde de R$ 1,6 bilhão em dívidas e reteve 25% das emissões em seu balanço, outro recorde histórico.
Um dos objetivos do IPO foi justamente levantar capital para permitir ao banco coinvestir nas emissões que vende para seus clientes, aumentando o alinhamento entre os dois lados. Com o balanço fortalecido, a BR Partners está entrando em novos produtos como CRAs e debêntures de infraestrutura, em que os bancos tipicamente precisam dar garantia firme para conseguir os mandatos.
Outro benefício do IPO está se manifestando na área de sales and trading, em que a BR Partners presta serviços de estruturação de derivativos para clientes, principalmente em commodities, juros e moedas.
Com mais capital regulatório e aumento do funding em geral, a tesouraria está operando com limites maiores, o que mais que triplicou a receita líquida da área na comparação de nove meses — com um empurrão inestimável da volatilidade dos últimos meses, que obrigou os clientes a procurar mais hedge.
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a área cresceu mais de 6x.