O Natal chegou mais cedo na BR Partners. 

O banco de investimentos liderado por Ricardo Lacerda acaba de anunciar um dividendo extraordinário de R$ 81,9 milhões — o equivalente a R$ 0,78 por unit negociada na Bolsa, que fechou hoje em R$ 14,75.

A distribuição se soma a outros R$ 122,8 milhões que a companhia já havia anunciado este ano e eleva o dividend yield do ano para 13,6% — mais do que a Selic de hoje. 

Desde o IPO, a companhia já pagou R$ 488 milhões em dividendos, mais do que levantou na oferta (R$ 400 mi) e quase um terço de seu market cap atual. 

Ricardo LacerdaAs ações da BR Partners vão negociar ex-dividendos no dia 5 de dezembro e o pagamento vai acontecer no dia 27 do mesmo mês.

A BR Partners decidiu fazer a distribuição extraordinária porque estava com um excesso de capital depois de ter feito duas captações de Letras Financeiras que alongaram e diversificaram seu passivo.

A companhia levantou R$ 160 milhões com uma LF subordinada em julho, que aumentou em 3,4 pontos percentuais seu índice de Basiléia. No final de setembro, levantou outros R$ 213 milhões, elevando seu índice de Basiléia em mais 4,6 pontos percentuais.

Hoje a Basiléia está em 25,2%, mas deve cair cerca de 90-100 basis points depois da distribuição extraordinária, nas contas de um analista.

O dividendo extraordinário também vai aumentar o ROE da empresa em algo entre 50 e 100 bps. 

O movimento da BR Partners também parece ser uma antecipação à potencial tributação dos dividendos, um tema que tem sido cada vez mais discutido.

Outras empresas também têm feito movimentos parecidos. O Itaú ainda não anunciou um dividendo extraordinário, mas o CEO Milton Maluhy disse depois dos resultados do terceiro tri que o banco “certamente” pagará dividendos extraordinários este ano. 

A XP também aumentou a remuneração de seus acionistas no terceiro tri, distribuindo R$ 2 bi em dividendos e R$ 1 bi em recompras. 

A BR Partners vale R$ 1,6 bilhão na B3 e negocia a 7x o lucro estimado para 2025.