A BPool — que criou um marketplace de serviços criativos usado por multinacionais como Unilever e Novartis — acaba de fazer sua primeira aquisição, adicionando um novo produto à sua prateleira: a contratação de squads de marketing temporários.
A startup está adquirindo o controle da Ollo — uma plataforma que conecta empresas a profissionais de marketing — numa transação parte em dinheiro, parte em ações. Na parte em cash, há um componente primário e outro secundário.
Fundada em 2019 por Beto Sirotsky e Daniel Prianti, a BPool já atende 70 clientes — a grande maioria multinacionais — com dois produtos.
O primeiro é um marketplace de serviços criativos, no qual as empresas conseguem contratar fornecedores de marketing, design e fotografia. O segundo: uma plataforma de live marketing (ativações em locais físicos, como festivais), na qual as empresas colocam seus projetos e os fornecedores apresentam propostas.
Com a compra da Ollo, a BPool vai adicionar uma terceira oferta: a plataforma para a contratação de squads de marketing para jobs que tipicamente duram de 3 a 6 meses.
As empresas colocam na plataforma o projeto que querem realizar e quantas pessoas precisam, e a Ollo sugere a equipe ideal e quem será o líder do squad.
“Nosso marketplace hoje é basicamente um serviço, um seller. O algoritmo cura e dá três opções de prestadores para a empresa e ela seleciona um,” Daniel disse ao Brazil Journal. “Na Ollo, eles têm uma inteligência e tecnologia capazes de configurar esses squads em cima de sua base de freelancers. É algo diferente e que muitos clientes nossos estavam pedindo.”
A maior sinergia da aquisição é o cross-sell entre as duas plataformas.
A BPool vai oferecer o novo produto para seus 70 clientes, bem como oferecer suas soluções existentes para os 80 clientes da Ollo.
Segundo Beto, há ainda outra complementaridade: enquanto a BPool é focada em enterprise (grandes empresas, normalmente multinacionais), a Ollo cresceu com clientes mais de médio e pequeno porte.
A aquisição vem no momento em que a BPool está começando a conversar com fundos para uma Série A prevista para o início do terceiro trimestre.
A ambição é levantar R$ 40 milhões para financiar a estratégia de aumentar as verticais da empresa, oferecendo à sua base de clientes outros produtos ligados à economia criativa e ao marketing.
“Podemos fazer isso do zero, com parcerias ou por meio de aquisições,” disse Beto. “O valor da rodada ainda não está 100% fechado porque se acharmos uma empresa muito boa, podemos precisar captar mais.”
Os fundadores dizem que existem inúmeras possibilidades de novas verticais. Uma delas é a de influenciadores: a BPool vê a oportunidade de adicionar ao portfólio um marketplace que conecta as grandes empresas com influenciadores de todos os portes.
“As grandes empresas investem em torno de 12% a 14% do faturamento em advertising e promotion. A oportunidade dessa verba é gigantesca,” disse Daniel. “E dominando o cliente, o canal, é muito fácil ir plugando mais coisas e monetizando mais essa base.”