A BMW investiu € 10 bilhões no desenvolvimento de uma nova plataforma, a Neue Klasse, para sua próxima geração de carros elétricos – que serão movidos por quatro ‘supercérebros’ de AI, uma aposta dos alemães para darem um salto à frente da concorrência e não serem engolidos pelas fabricantes chinesas.
Os primeiros resultados desse projeto – o maior ciclo de investimento da montadora – serão conhecidos na sexta-feira, com a apresentação do SUV iX3.
Nos próximos dois anos, a alemã colocará no mercado 40 modelos, incluindo alguns inteiramente novos e atualizações.
Até agora, os carros mais avançados – tanto do ponto de vista de software quanto de motores elétricos – têm saído das fábricas da Tesla e das líderes na China.
A BMW quer provar que não ficará para trás. De acordo com a empresa, os novos modelos terão 20 vezes mais capacidade computacional do que os atuais veículos em produção. Serão software-defined vehicles, nas palavras da empresa.
O ‘supercérebros’ trabalham em conjunto para aprimorar a comunicação interna entre as funções do veículo, incluindo entretenimento e direção automatizada. Ajudarão também a melhorar o desempenho – e será possível contratar recursos adicionais, representando uma possível receita extra para a BMW.
Na China, a alemã trabalhou ao lado da Alibaba e usará em seus sistemas um modelo de AI especialmente desenvolvido para aquele mercado, permitindo ao motorista conversas com seu assistente virtual.
De acordo com a BMW, os novos modelos alcançaram um índice de 99% no reconhecimento das instruções.
Dentre as grandes montadoras alemãs, a BMW é a que vende proporcionalmente mais veículos elétricos e híbridos. Eles representam 18% de sua produção, contra 11% da Volkswagen e 8% da Mercedes.
Mas ao contrário de concorrentes como a VW, a BMW não produz suas próprias células, disse o Financial Times. A empresa desenvolve as baterias em parceria com a chinesa CATL.
Martin Schuster, vice-presidente de células de bateria e módulos de célula da BMW, disse ao FT que a empresa conseguiu economizar até 50% nos custos de fabricação de sua nova geração de baterias cilíndricas de íons de lítio.
A autonomia dos novos modelos elétricos da BMW deve atingir 800 quilômetros, e segundo a empresa o carregamento será mais rápido, podendo atingir uma autonomia de 350 quilômetros em dez minutos.
Outra novidade será a grade frontal: o característico ‘duplo rim’ na dianteira ficará mais slim, verticalizado, lembrando a grade da histórica linha de sedãs e cupês esportivos Neue Klasse, fabricada entre 1962 e 1972.