Michael Bloomberg, o bilionário que por três mandatos consecutivos foi prefeito de Nova Iorque, disse ao Financial Times que está considerando se lançar candidato à presidência dos EUA.
Em uma entrevista ao jornal londrino, Bloomberg criticou a qualidade do debate que está sendo travado entre os candidatos atuais, incluindo
uma radicalização da política norte-americana, como apontamos aqui semana passada.
Perguntado se ele mesmo se candidataria, Bloomberg disse ao FT que está “considerando todas as opções.”
“Eu considero o nível do discurso e da discussão assustadoramente banal, um ultraje e um insulto aos eleitores,” disse Bloomberg, que se apresentaria aos eleitores como um candidato independente, não afiliado a nenhum dos dois grandes partidos americanos.
A possibilidade de uma candidatura Bloomberg foi aventada pela primeira vez pelo The New York Times no final de janeiro, mas esta é a primeira vez que o próprio Bloomberg a admite.
Bloomberg, que deixou um emprego na Salomon Brothers nos anos 80 para fundar o que se tornou a maior empresa de informações financeiras do mundo — a Bloomberg LP — tem um patrimônio pessoal de cerca de 40 bilhões de dólares, o que o coloca entre as 10 maiores fortunas do mundo.
Um Democrata por toda a vida, até se candidatar à Prefeitura de Nova Iorque como um Republicano em 2001, Bloomberg é conhecido por sua postura a favor de um maior controle governamental na posse de armas, equidade para as mulheres no mercado de trabalho e medidas para lidar com as mudanças no clima global, temas que o aproximam mais de um Democrata do que de um Republicano.
Em agosto do ano passado, até Rupert Murdoch, cuja FOX News é um esteio do Partido Republicano, encorajou Bloomberg a se candidatar. Bloomberg disse em uma entrevista recente ao The New York Times que, dos candidatos atuais, “apenas Hillary [Clinton] e Jeb [Bush] sabem como fazer os trens funcionar.”
Uma vitória de Bloomberg seria positiva para a credibilidade dos EUA, tanto do ponto de vista dos gastos públicos quanto do ambiente de negócios. Seria também mais um fator contribuindo para a valorização do dólar contra as outras moedas.