A XP começou hoje a cobrir a Bemobi com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 30/ação, um upside de 47% em relação ao fechamento de ontem.
O papel saiu a R$ 22 no IPO e hoje negocia pouco acima de R$ 20.
A tese de investimento no clube de assinatura de aplicativos se sustenta em três pilares: um modelo de negócios B2B2C que a XP diz ser único, baseado na distribuição de soluções digitais, de jogos e apps até microfinanças e comunicações; um negócio escalável de alto crescimento; e oportunidades adicionais de M&A.
A cereja do bolo: um valuation atrativo, com desconto em relação a seus peers e a outras empresas brasileiras de tech, além de opcionalidades que podem gerar um re-rating no médio prazo.
Nas contas da XP, a Bemobi negocia a 4,1x as vendas estimadas para este ano, 10,8x o EBITDA e 36,2x o lucro — múltiplos que devem comprimir para 3,4x, 7,9x e 17,6x ao final de 2023.
Alguns investidores têm argumentado que a Bemobi merece um desconto, já que seu modelo é extremamente dependente do negócio de telecom, que negocia com múltiplos baixos.
“Não concordamos com essa leitura dado o perfil de alto crescimento da Bemobi, e achamos que o valuation atual não está refletindo as oportunidades claras para frente,” escreveram os analistas Bernardo Guttmann, Marco Nardini e Marcel Campos. “Ao longo do tempo, a Bemobi foi capaz de identificar diferentes oportunidades preenchendo as lacunas de monetização e alavancando o vasto canal de distribuição das operadoras móveis.”
A XP nota que a Bemobi tem mais de R$ 760 milhões em caixa, que serão usados majoritariamente para M&As. A companhia tem cinco NDAs assinados e já fez ofertas não-vinculantes em dois deles. O management tem dito a investidores que se essas duas negociações forem concluídas, a empresa dobrará de tamanho.
A XP estima que, nos próximos três anos, a Bemobi vai crescer sua receita a uma taxa média anual de 10,4%, seu EBITDA em 14,1% e seu lucro líquido em 41,7%.