Dizendo que os riscos do negócio da B3 já estão amplamente refletidos no preço, o Citi retomou a cobertura da Bolsa com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17, um upside de 30%.
No preço-alvo do banco, a B3 estaria negociando a 18x o lucro; hoje, o papel está ao redor de 15,5x.
Para os analistas, a Bolsa vai manter o turnover – o volume financeiro como razão da capitalização de mercado – no nível atual de 160% por conta da alta volatilidade esperada no mercado num ano eleitoral.
“O turnover mais forte é fundamental é para o crescimento da receita da B3, principalmente considerando o selloff recente e os níveis mais baixos de market cap das empresas”, disseram os analistas Gabriel Gusan, Karina Martins, Roberta Versiani e Jörg Friedemann. No longo prazo, eles estimam turnover de 130%.
Além disso, a crescente oferta de novos produtos – como BDRs, RLP e cripto ativos – também deve favorecer o incremento dos volumes, dizem os analistas.
Para o Citi, a B3 vai continuar buscando M&As para diversificar a receita – principalmente em negócios relacionados a dados.
Já as especulações em relação ao surgimento de uma nova Bolsa diminuíram consideravelmente na pandemia. Para os analistas, o fato de a B3 ser o único player no trading e pós-trading no Brasil é uma vantagem, mas a eventual chegada de um concorrente não seria “disruptiva” para o negócio.
Para eles, as disputas legais da B3 – por conta da amortização do ágio da fusão entre Bovespa e BM&F e da desvalorização do real, em 1999 – ainda têm um peso exagerado na ação.
“Os valores elevados e as longas discussões sempre assustam os investidores, mas os impactos estimados geralmente são exagerados versus o impacto real no final. Com o tempo, as pessoas entendem melhor a complexidade dos processos e ficam mais à vontade com eles,” diz o Citi.