A B2W pediu a seus acionistas para injetar R$ 2,5 bilhões na companhia, permitindo que a dona do Submarino, Americanas.com e Shoptime reduza sua dívida e acelere investimentos em meio à concorrência brutal do ecommerce.

O aumento de capital — que será feito a R$ 39 por ação, um desconto de 7,7% em relação aos R$ 42,25 do fechamento de segunda-feira — vai transformar a dívida líquida da empresa de R$ 2,1 bilhões em uma posição de caixa líquido de R$ 400 milhões.

Este é o quinto aumento de capital da B2W desde 2011, e eleva o total captado pela empresa no período para R$ 7,9 bilhões. A B2W hoje vale R$ 19 bilhões na Bolsa.

A Lojas Americanas, que controla a companhia com 61,5% do capital, se comprometeu a exercer o direito de preferência para a subscrição das ações na proporção da sua participação na companhia, bem como a subscrever até a totalidade do eventual saldo de ações não subscritas.

Se todos os acionistas acompanharem o aumento de capital, a Lojas Americanas vai injetar cerca de R$ 1,5 bilhão, enquanto os minoritários deverão contribuir R$ 1 bi.

Com a desalavancagem, a B2W terá mais flexibilidade para investir em tecnologia, logística e distribuição no plano estratégico que vai de 2020 a 2022.  Nos últimos anos, a empresa montou a LET’S, plataforma de fulfillment, a AME, plataforma de pagamentos mobile, e a O2O, que permite ao cliente diversas soluções de entrega. As três plataformas estão em fase de maturação mas ainda precisam de investimentos.

No segundo trimestre, a companhia reportou um prejuízo de R$128 milhões, em boa parte graças à despesa com juros.

Dentre as empresas do setor, a B2W era a única alavancada: o Magazine Luiza fez um aumento de capital em 2017, e o Mercado Livre, em março deste ano.  Em parte por causa disto, a B2W negocia com desconto em relação ao Magalu e ao Mercado Livre.

No primeiro semestre deste ano, a B2W reduziu sua queima de caixa para R$ 380 milhões, comparado a R$ 511 milhões no mesmo período do ano passado.

Mas o resultado financeiro líquido — que reflete o custo da dívida e de recebíveis de cartão — aumentou de R$ 265,7 milhões no primeiro semestre de 2018 para R$ 314 milhões na primeira metade deste ano.