A ANAC distribuiu agora à noite os 41 slots que eram operados pela Avianca no aeroporto de Congonhas. 

A Azul terá direito a 15 slots, a Passaredo, 14 e MAP, 12 slots. 

O resultado da distribuição é um banho de água fria para investidores que esperavam que a Azul levasse pelo menos a metade dos slots – se não a totalidade deles. Nos últimos dias, esta narrativa tornou-se predominante no mercado entre fundos que têm a companhia no portfólio.

Uma portavoz da Azul disse que a empresa vai esperar até 9 de agosto – o deadline para as empresas comprovarem que atendem os requisitos operacionais — para comentar o assunto.

Os investidores acreditavam que, pelo fato de a ANAC ter alterado algumas regras da distribuição, como o critério de definição de novo entrante – uma medida que beneficiou a Azul, que passou a poder pleitear os horários – o regulador poderia privilegiar a companhia devido a seu plano de negócios: das três companhias que conseguiram slots, a Azul tem aviões maiores e é a única que pretendia voar na Ponte Aérea.

“O setor público não tem como privilegiar nenhuma empresa. Tem que distribuir de maneira equânime entre aqueles que solicitam. Para seguir as leis do mercado, o melhor teria sido fazer um leilão. Aí prevalece a vontade da empresa com maior disposição a pagar,” avalia Alessandro Oliveira, professor de transporte aéreo do ITA.

O único ‘privilégio’ que a Azul teve – por ter os maiores aviões – foi o de ser a primeira a escolher os horários em cada rodada.

Uma vez comprovados os requisitos técnicos operacionais até o dia 9 de agosto, as companhias terão até 27 de outubro para iniciar a operação dos novos voos – e têm liberdade para escolher os destinos.

Hoje a Azul tem 26 slots em Congonhas, mas não usa nenhum para a Ponte Aérea. Com os novos slots, seu total sobe para 41, o mesmo número de slots tinha a Avianca (que nem usava todos os slots para a Ponte). 

Em tese, se redirecionar os slots que já possui para a operação da Ponte, a Azul poderá ter uma escala minimamente suficiente para concorrer no filé mignon da aviação nacional.