Esse Zuckerberg não tem um dia de paz.
Depois da sua Meta Platforms (o novo nome do Facebook) perder mais de US$ 250 bilhões em valor de mercado em poucos dias – em partes pelas mudanças de política de privacidade da Apple – Zuck acaba de sofrer mais um revés.
O Google anunciou que também vai adotar uma nova política de privacidade nos mesmos moldes do que a Apple fez – restringindo o rastreamento de dados nos aplicativos em seu sistema Android.
A nova política vai substituir o chamado ‘advertising ID’, que identifica o usuário do device e ajuda as empresas de publicidade digital a rastrear e compartilhar informações sobre os consumidores.
As mudanças do Google e da Apple são uma bomba para a indústria de advertising porque as duas companhias são donas dos maiores sistemas operacionais de smartphones (o Android e o IOS, respectivamente) – determinando o que os apps podem ou não fazer em bilhões de aparelhos.
Qualquer mudança que aumente a privacidade dos usuários ou dê a eles mais poder sobre seus dados vem com um custo enorme para as empresas que dependem da coleta de dados para vender anúncios direcionados com base nos interesses e na demografia dos usuários.
Não é à toa que a Meta calculou que perderá cerca de US$ 10 bilhões em vendas este ano por conta das mudanças da Apple.
O anúncio do Google também deve gerar um estrago para a companhia – mas o impacto deve ser um pouco menor.
O Google disse que vai adotar um approach mais gradativo para as mudanças: em vez de implementar todas de imediato, vai colocá-las em vigor ao longo dos próximos dois anos — o que deve dar tempo às empresas de publicidade para se adaptar à nova realidade.
A Meta chegou a elogiar a medida.
“É encorajador ver essa abordagem colaborativa e de longo prazo do Google para a proteção da privacidade na publicidade personalizada,” o vice-presidente de marketing, ads e negócios do Facebook, Graham Mudd, escreveu no Twitter. “Estamos ansiosos para continuar trabalhando com eles e com a indústria em tecnologias de aprimoramento de privacidade”.
O próprio Google criticou a postura adotada pela Apple – sem citar o nome da empresa, evidentemente.
“Percebemos que outras plataformas adotaram um approach diferente para a privacidade na publicidade, restringindo por completo as tecnologias existentes usadas por desenvolvedores e anunciantes,” a empresa disse num blog post. “Acreditamos que – sem primeiro fornecer um caminho alternativo para a preservação da privacidade – esses approaches podem ser ineficazes e levar a resultados piores para a privacidade dos usuários e o negócio dos desenvolvedores.”