A Atmos Capital pretende reabrir seu fundo para levantar cerca de R$ 2 bilhões, um sinal de que um dos melhores gestores do País vê uma janela de oportunidade depois da queda dramática de várias companhias listadas, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
A Atmos começou a avisar distribuidores que pretende levantar até R$ 1,5 bilhão em um novo feeder público que espelha seu fundo flagship, o Atmos Ações FIC FIA, e pelo menos R$ 500 milhões em feeders exclusivos, geralmente usados para atender family offices e private banks.
O capital que será levantado agora terá uma regra de liquidez mais restrita que os últimos feeders levantados: os resgates deverão ser pedidos com 60 dias de antecedência, e serão pagos em três datas por ano. A estrutura de fees – 1,5% com 20% – continuará a mesma.
A gestora, que hoje administra R$ 12 bilhões e cujos ativos bateram R$ 17 bilhões no pico do mercado em julho do ano passado, tem um dos melhores históricos do buyside brasileiro.
O Atmos Ações tem um retorno acumulado de 675% desde o início em outubro de 2009, contra 62% do Ibovespa – o que equivale a um retorno anual médio de 17,8% contra 3,92% para a Bolsa. A volatilidade média é de 19,15% contra 24,75% para o Ibov.
A Atmos é uma das gestoras com menor captação em relação aos ativos administrados. Depois de vários anos sem abrir para captação, a gestora reabriu rapidamente e captou R$ 2 bilhões entre março e abril de 2020, no auge da incerteza da covid. Houve rateio.
Com a reabertura da Atmos, os dois principais fundos da indústria de long-only brasileira e com maior demanda reprimida parecem convergir na tese de que a Bolsa se tornou uma feira com promoção na barraca.
No início de fevereiro, a Dynamo reabriu seu flagship fund, o Cougar, para levantar R$ 1,1 bilhão, além de um valor indeterminado em seus fundos exclusivos no Brasil e lá fora.