O Bank of America elevou sua recomendação para a Assaí de ‘neutro’ para ‘compra’, argumentando que o papel está barato e que a empresa deve se beneficiar da queda dos juros, da desalavancagem e da maturação de suas lojas.
O banco aumentou seu preço-alvo para R$ 20, um potencial de alta de 46% em relação ao preço de tela.
O analista Bob Ford — um dos mais respeitados do varejo — disse que o Assaí negocia a 12,9x seu lucro estimado para o ano que vem, o que para ele “parece barato.”
“Sua proposta de valor superior em comparação aos supermercados tradicionais e aos operadores de atacarejo com menos escala cria uma oportunidade secular,” escreveu o analista. “O valuation atual também já precifica a esperada deflação de alimentos.”
Bob também disse que o Assaí é muito sensível aos juros. A companhia tem uma dívida líquida de R$ 10,6 bilhões e deve se beneficiar do ciclo de corte de juros previsto para os próximos trimestres.
O BofA calcula que, para cada 1 ponto percentual de corte de juros, o lucro do Assaí deve crescer 7%. “Vemos a geração de caixa capaz de amortizar a dívida nos próximos cinco anos, dado nossa projeção de um crescimento de 21% nos lucros nesse período.”
A rede de atacarejo também deve se beneficiar da maturação de suas lojas. Bob nota que 30% dos espaços de venda do Assaí ainda estão nos estágios iniciais de maturação e que a maioria dessas lojas estão em regiões adensadas, com baixa competição e potencial de margem maior pelo mix de produtos.
“Por conta disso, esperamos um forte crescimento de ‘same-store sales’, e uma forte alavancagem operacional,” escreveu o analista.
O BofA também ressaltou a melhora na governança da empresa, depois da saída do antigo controlador, o Casino, o que também reduziu o overhang sobre a ação. Segundo Bob, os acionistas do Assaí estão engajados, e a remuneração para a diretoria com base em ações e as mudanças no conselho de administração “sugerem melhoras adicionais na governança.”