A ação da Arcos Dorados chegou a subir 8% hoje depois que a master franqueadora do McDonald’s na América Latina reportou números fortes para o terceiro trimestre que bateram o mercado em diversas linhas.

No início da tarde, a alta havia perdido fôlego para perto de 6%. 

A receita líquida da companhia cresceu 38% para US$ 916 milhões, em grande parte por conta de um crescimento suculento das vendas “mesmas lojas” — aquelas que consideram apenas as lojas que já estavam abertas nos últimos 12 meses.

Nessa métrica, a Arcos Dorados cresceu 34% no trimestre, 2,5x a inflação do período. O resultado teve a ver com um aumento no tráfego das lojas (o brasileiro está comendo mais fast food) e um ganho de market share na região, principalmente em cima do mercado informal e independente.

A analista Marcella Recchia, do Credit Suisse, nota ainda que o same-store sales é uma combinação de tráfego e tíquete médio. 

“O tíquete médio também está maior porque eles aumentaram os preços em linha com a inflação e porque as vendas digitais impulsionam o tíquete,” ela disse ao Brazil Journal. 

Isso acontece porque “no delivery o preço já é maior, e porque a cesta de produtos também tende a ser maior.”

No terceiro tri, as vendas digitais subiram para 42% das vendas totais, atingindo o nível mais alto da história da Arcos Dorados, em meio a uma queda do mercado de delivery na região. 

O crescimento das vendas levou a uma diluição dos custos fixos com ocupação e despesas operacionais que elevou o EBITDA da companhia em 27%, para US$ 103 milhões. O resultado veio 8% acima da projeção do Credit Suisse, que já tinha números melhores que o consenso do sellside

Ainda assim, a margem EBTIDA teve uma leve queda, de 1,1 ponto percentual, por conta de um aumento nas taxas de royalties que a masterfranqueadora paga para a matriz. Essa comissão passou de 5% das vendas para 5,6%. 

No bottom line, a Arcos Dorados também entregou um resultado bem acima do consenso do mercado: um lucro líquido de US$ 47,7 milhões, uma alta de 89% na comparação anual. O Credit Suisse disse que o resultado foi ajudado por efeitos de câmbio não-caixa e ganhos com derivativos.