A CCR fechou um acordo com a Neoenergia para se tornar uma sócia minoritária em três usinas de um complexo eólico no Piauí – um movimento estratégico que reduzirá o custo de energia da holding de rodovias e aeroportos.
Esse é o primeiro projeto de autoprodução da CCR. A empresa vai comprar 2,84% do capital da usina Otis 2; 6,75% da usina Otis 4 e 5,25% da Oitis 6.
A energia gerada pelas eólicas vai atender 60% da demanda atual da companhia e ajudará a cumprir a promessa – feita no CCR Day – de reduzir em 20% seu custo de energia.
Também faz parte do compromisso de ter 100% do abastecimento feito por fontes renováveis até 2025. A companhia comandada por Miguel Setas atingiu esse percentual neste ano, mas fez isso por meio da migração de ativos para o mercado livre, da compra de I-RECs (certificados que atestam que a energia é de fontes renováveis) e de investimentos em geração solar distribuída.
A parceria com a Neoenergia vai sustentar o cumprimento dessa meta nos próximos anos.
“Estamos em uma jornada de descarbonização, e essa parceria é mais uma iniciativa na estratégia de redução da pegada de carbono das nossas operações”, Pedro Sutter, o vice-presidente de sustentabilidade, risco e compliance da CCR disse ao Brazil Journal. “Também vai ajudar a reduzir o custo da energia que usamos.”
Cerca de 90% do consumo de energia da CCR vem de sua operação de trens, incluindo duas linhas do metrô de São Paulo e duas operações de trens urbanos, além do VLT carioca e do metrô da Bahia.
Esses ativos fazem da CCR o sétimo maior operador de trens do mundo em total de passageiros – e um dos 50 maiores consumidores de energia do Brasil. De acordo com a empresa, a aquisição de hoje mitiga a exposição ao risco de oscilação de preços no mercado livre de energia.
A aquisição vem num momento em que a empresa se prepara para competir no ano que vem pelas linhas 11, 12 e 13 da CPTM, que serão colocadas em leilão pelo governo Tarcísio de Freitas. Uma eventual vitória aumentará ainda mais a conta de energia da empresa.
“Além da previsibilidade dos custos para a CCR, sob a ótica da Neoenergia, nos garante estabilidade de receita de longo prazo com adequada rentabilidade”, afirma Hugo Nunes, diretor executivo de negócios liberalizados da Neoenergia.
A Neoenergia Oitis é um complexo eólico formado por 12 parques, localizados entre os estados do Piauí e da Bahia, com 103 aerogeradores de 5,5 MW cada, totalizando uma capacidade instalada de 566,5 MW. É o suficiente para abastecer uma cidade com 2,7 milhões de habitantes.
O fechamento do negócio ainda está sujeito à aprovação dos reguladores.