A Anglo American rejeitou mais uma oferta de compra pela BHP — mesmo depois da australiana ter aumentado o valor da transação e melhorado os termos da proposta.
A BHP ofereceu pagar US$ 43 bilhões pela mineradora britânica, quase 10% acima da oferta anterior de US$ 39 bilhões, feita no mês passado.
A oferta — 100% em ações — seria equivalente a £ 27,53 por ação e daria aos acionistas da Anglo 16,6% do capital da nova empresa. Na proposta anterior, o valor por ação era de £ 25, e os acionistas da Anglo ficariam com 14,8% da empresa combinada.
A BHP notou que a nova proposta é um prêmio de 50% sobre o preço da ação antes de sua oferta inicial. Hoje o papel da Anglo já negocia a cerca de £ 28.
Uma das condições da BHP para a transação — que foi mantida nessa segunda proposta — é que a Anglo distribua suas ações na Anglo American Platinum e na Kumba Iron Ore (ambas na África do Sul) para os acionistas da nova empresa.
A BHP disse que estava “desapontada” que sua segunda proposta foi rejeitada, já que o negócio seria um “ganha-ganha” para os acionistas das duas companhias.
“A BHP e a Anglo American são um fit estratégico, e a combinação dos negócios é uma oportunidade única e atraente para destravar sinergias significativas ao unir dois negócios complementares e de alta qualidade,” disse a empresa.
“O negócio combinado teria um portfólio líder com ativos de alta qualidade em cobre, potássio, minério de ferro e carvão metalúrgico, e a BHP traria seu track record de excelência operacional para maximizar os retornos desses ativos.”
Grande parte do interesse da BHP na Anglo tem a ver com o cobre.
A união das duas empresas criaria um grupo com market share de mais de 10% do mercado global de cobre – um metal que, por conta de sua condutividade e resistência à corrosão, tem aplicações que vão dos carros elétricos e redes de energia à construção civil.
A Anglo respondeu à primeira proposta dizendo que a oferta “subavalia de forma significativa” a mineradora e suas “perspectivas futuras.”
A companhia disse ainda que a proposta da BHP era “oportunística” e diluiria o upside que os acionistas da Anglo teriam no negócio.