O fundador da Arezzo&Co, Anderson Birman, disse ao Brazil Journal que recebeu um diagnóstico de Parkinson há cerca de três anos.

O empresário disse que decidiu falar publicamente do assunto para que outras pessoas compreendam suas eventuais limitações enquanto ele lida com a doença.

“Tem gente que vive 25, 30 anos depois de diagnosticado com Parkinson e com boa saúde,” disse Anderson. “Pelo sim pelo não, resolvi falar sobre isso.”

O Mal de Parkinson afeta 10 milhões de pessoas no mundo, e seu tratamento ainda é um mistério para a ciência. Mais recentemente, pesquisadores têm usado machine learning para avançar em direção a uma cura, injetando esperança nos pacientes e suas famílias.

A doença ocorre quando as células do sistema nervoso se degeneram, derrubando a produção de dopamina – a substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas. A doença, que costuma surgir depois dos 60 anos, afeta os movimentos do paciente, causando tremores, lentidão nos movimentos, rigidez muscular e desequilíbrio.

Anderson disse que se sente bem e está se tratando com seu neurologista em Belo Horizonte, Francisco Eduardo Cardoso, “o melhor do mundo”, e está “reaprendendo a falar” com uma fonoaudióloga.

A revelação vem no mesmo dia em que Anderson anunciou a doação da maior parte de suas ações na Arezzo&Co a seus cinco filhos, que por sua vez celebraram um acordo de acionistas que mantém a família unida e no controle da empresa.

“A doação já estava em processo, [o diagnóstico] não foi a motivação, foi só mais um motivo,” disse o empresário.

Anderson disse que visita seu médico a cada três meses, mas que vai a Belo Horizonte com muito mais frequência para ver a mãe.

“Vou ter o prazer de ir a BH no sábado agora, ver minha mãe, dona Ruth, que está com 96 anos, e passar o Dia das Mães com ela. Eu continuo visitando ela com frequência, não espero três meses não.”

O empresário disse que continua praticando tênis, mas que agora se dedica mais a uma ginástica específica para Parkinson.

“É uma ginástica física e mental. Nessa ginástica, eu me defendo, eu garanto a minha sobrevivência.”

Em minha conversa com Anderson, comentei os muitos M&As que ele negociou enquanto era CEO ou chairman da Arezzo&Co – e que ele me havia revelado em conversas anteriores.

“Todas sem sucesso,” ele me atalhou, rindo. “O Alexandre teve mais sucesso do que eu.”

Ponderei que as inúmeras tentativas – com empresas como Hering, Alpargatas e Grendene – pavimentaram o caminho para Alexandre.

“E eu espero continuar pavimentando o caminho para ele. A família confia muito nele.”