Confirmando nossa especulação do final de julho, a Ambipar anunciou que vai listar na Bolsa seu negócio de gestão de resíduos por meio de uma oferta primária de ações.

Antes da queda recente, a ideia da companhia era buscar um valor de firma entre R$ 7 bi e R$ 8 bi para a Environmental ESG, como o negócio de resíduos será chamado daqui para frente. Isso implicaria uma oferta entre R$ 3,5 bi e R$ 4 bilhões.  (A companhia tem apenas R$ 500 milhões em dívida).

Bradesco BBI e Santander já estão confirmados no sindicato de bancos.

O anúncio do spinoff também veio com uma troca de cadeiras: Izabel Cristina Andriotti de Oliveira, hoje CEO da Ambipar, passará a liderar a nova empresa a ser listada. 

“Essa é a parte do grupo que ela mais conhece, e a que tem o  maior potencial de crescimento”, disse um gestor que acompanha a empresa.

Leon Tondowski, o diretor de desenvolvimento estratégico da Ambipar, assume como CEO. Ele está na empresa há um ano e tem uma vasta experiência no mercado, incluindo uma passagem pela Veolia, a gigante francesa de resíduos. 

A ESG tipicamente dá destino ao lixo industrial do cliente transformando-o em algum subproduto, dentro de uma proposta de “aterro zero”. A ESG dobrou de tamanho depois que a Ambipar comprou a chilena Disal no final de junho por R$ 800 milhões, na maior aquisição de sua história.

Desde o IPO, a Ambipar já fez diversas aquisições na ESG, e o grupo tem pelo menos 20 MOUs assinados com companhias do Brasil e da América Latina, disseram pessoas a par do assunto.  

O IPO é uma forma de a empresa capitalizar a ESG para financiar essas aquisições, ao mesmo tempo em que permite ao fundador Tercio Borlenghi Junior manter o controle da empresa. Tercio tem 60% da Ambipar, que vale R$ 6 bi na Bolsa.