A Amazon.com se tornará amanhã o maior varejista em valor de mercado do mundo, ultrapassando pela primeira vez o Wal-Mart, que os americanos costumam chamar de ‘rei do varejo.’
Depois do fechamento da Bolsa de Nova York, a Amazon anunciou um lucro trimestral de 19 centavos por ação (os analistas esperavam um prejuizo de 14 centavos).
Por causa disso, as ações da Amazon dispararam 18% no after market, elevando o valor de mercado da empresa para 265 bilhões de dólares. O Wal-Mart terminou o dia valendo 230 bilhões de dólares.
Detalhe: o faturamento do Wal-Mart é cerca de cinco vezes o da Amazon, mas a empresa de e-commerce cresce suas vendas a 20% ao ano. (Já discutimos aqui como o mercado precifica empresas de alto crescimento.)
Em seus 20 anos de história, foram raros os trimestres em que a Amazon deu lucro.
E mesmo agora, seu lucro continua sendo microscópico perto do seu valor de mercado. Assumindo que a empresa comandada por Jeff Bezos tenha o mesmo lucro anunciado hoje durante quatro trimestres consecutivos (80 centavos por ação em um ano), isso significaria que sua ação está negociando a 710 vezes lucro.
De qualquer forma de hoje, o simbolismo da Amazon passar a valer mais do que o império fundado por Sam Walton é poderoso. A economia global está cada vez mais migrando para o mundo online, e a diferença de valor entre empresas ‘físicas’ e ‘virtuais’ tende a se acentuar na medida em que as últimas passarem finalmente a ganhar dinheiro.