A Amazon está dando início à operação de seu maior CD no Brasil, um ativo em Cajamar que ficou pronto no fim de 2022 e estava sem funcionar desde então.
O GRU9 (assim chamado porque o aeroporto mais próximo é o de Guarulhos) tem 75 mil metros quadrados, pertence à GLP, foi construído pela Ribeiro Caram e custou R$ 400 milhões.
Enquanto não era inaugurado, a gigante americana do varejo estava pagando aluguel – uma estratégia conhecida como mothball, preservando o ativo para uso futuro.
Não é a primeira vez que a Amazon contrata um galpão e leva um tempo para inaugurá-lo no Brasil. Em Recife, a empresa recebeu em 2022 um CD da Log em um contrato built to suit, mas o ativo também só começou a operar recentemente.
Tanto o de Recife quanto o de Cajamar foram demandados em um momento em que se imaginava que o auge do consumo online visto na pandemia seria o “novo normal”.
Em Cajamar, o aluguel mensal médio dos galpões é de R$ 28,70 por metro quadrado, segundo dados da Cushman & Wakefield. O novo galpão da Amazon, no entanto, tem um padrão mais elevado porque segue os critérios de design da Big Tech, que tornam a obra mais cara e o empreendimento, mais moderno.
O galpão passou os últimos meses em ajustes para ser inaugurado, em razão do período de inatividade. O evento de lançamento ocorreu na semana passada e teve a presença de Gil Hageman, o líder de serviços de engenharia para mercados emergentes na Amazon.
O início da operação do CD é uma das primeiras ações da nova gestão da Amazon no Brasil. A empresa trocou o country manager – saiu Daniel Mazini, entrou Juliana Sztrajtman — e busca fortalecer sua operação de CDs no País para fazer frente a seu maior concorrente: o Mercado Livre.
Agora, a Amazon tem 12 CDs no Brasil; o Mercado Livre tem 10 e planeja chegar a 21 em 2025.
A Amazon tem três galpões só em Cajamar, e este era o único que ainda não havia iniciado a operação. Um deles pertence ao BTG (comprado da GLP em 2023), e o outro à Prologis.
O início da operação é mais um sinal do aumento do uso de galpões pelo ecommerce depois de um período de desaceleração no pós-pandemia.
Nesse contexto, os centros logísticos que mais têm se beneficiado são os de Cajamar e Guarulhos. Por ficarem num raio de 30 quilômetros de São Paulo, conseguem dar conta da maior demanda por fretes mais rápidos do maior mercado consumidor do País.
Segundo a Cushman, a taxa de vacância dos galpões em Cajamar terminou 2024 em 5,29%, o que é considerado uma taxa baixa. Quando a vacância é inferior a 10%, os analistas a consideram “pro-mercado.”
Esta e outras matérias sobre o mercado imobiliário estarão no Metro Quadrado, o novo site que o Brazil Journal lança em breve.
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