A Parceiros da Educação é uma associação sem fins lucrativos que visa a mais nobre das causas:  melhorar a qualidade da educação nas escolas públicas de São Paulo.

Agora, a entidade está no meio de uma campanha inovadora de captação: a meta é arrecadar R$ 1.300.000,00 para custear projetos que impactam 150 mil alunos em 297 escolas.

A pegadinha (linda) é a seguinte: alguns nomes do mercado que apoiam a Parceiros se comprometeram a quadruplicar qualquer valor doado. 

Isso significa que para cada R$ 1.000 que saírem daquele seu fundo exclusivo (ou da sua conta naquela fintech), a Parceiros receberá outros R$ 3.000 de gente como o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, ou o dono da Cyrela, Elie Horn, dentre outros.  (Quando não está vendendo apartamentos, o Seu Elie só pensa em filantropia. É a sua cachaça.)

Fundada por Jair Ribeiro em 2004, a Parceiros funciona assim:  cada empresário adota uma escola. Alguns adotam duas ou três.

Cada empresário gasta uns R$ 150 mil por ano em cada escola, e este investimento melhora em cerca de 60% o aproveitamento dos alunos ao longo de três anos — uma taxa de retorno que raramente existe na PJ.

Há facilitadores que atuam como pontes entre cada empresário e a escola adotada: eles desenvolvem um plano de ação que é executado e monitorado ao longo do ano. Além disso, há um time pedagógico, outro de gestão, e um terceiro para originar novas parcerias.  Tudo isso tem um custo que esta campanha visa financiar, além de bancar projetos específicos como seminários para ensinar as melhores práticas aos professores.

(Os empresários contribuem com as escolas diretamente, mas, em projetos dessa natureza, o envolvimento de toda a sociedade é essencial.)

Além de melhorar o dia-a-dia das escolas, a Parceiros trabalha de braços dados com a Secretaria de Educação do Estado para testar iniciativas que mais tarde são adotadas nas políticas públicas. Por exemplo: 3 mil escolas do Estado já estão adotando o Método de Melhoria de Resultados, desenvolvido pela consultoria Falconi junto às escolas da Parceiros.

Além de Sallouti e Elie, outros parceiros incluem Luis Stuhlberger, do Verde; o CEO da Suzano, Walter Schalka, que adotou uma escola há sete anos; João Miranda, CEO do Grupo Votorantim; a família Jereissati, do Iguatemi; e o casal Andrea Pinheiro (BR Partners) e Newton Simões, da Racional Engenharia.

“A gente que vive na Faria Lima não entende como funcionam outras realidades, como o chão da escola pública,” diz Ana Maria Diniz, que já adotou seis escolas nos últimos 13 anos. “É uma riqueza de aprendizado para os dois lados.”

Para incentivar os participantes ainda mais, a campanha é ’tudo ou nada’:  se a meta não for atingida, todas as doações serão devolvidas.  

Não deixe que essa grana acabe na mão dos private bankers.  Seu Elie teria um treco.

 

PS:  A doação pode ser feita com cartão de crédito em apenas dois minutos, até pelo celular. É mais rápido do que dizer “o Brasil não tem jeito”.