A Afya acaba de anunciar a compra da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba (FCMPB) — sua quinta (e maior) aquisição desde o IPO e uma transação que adiciona 157 vagas de medicina a seu portfólio.

O dono da FCMP era o senador da Paraíba Ney Suassuna, que foi preso na Operação Sanguessuga, o escândalo também conhecido como “a máfia das ambulâncias”. Uma das sócias é sua terceira esposa, Raquel Otila Suassuna.

A Afya vai pagar R$ 380 milhões pela empresa — metade no fechamento da transação e o restante em quatro parcelas até 2024, ajustadas pelo CDI.

Segundo a empresa, a receita líquida da FCMPB deve atingir R$ 107 milhões em 2024, quando todas as sinergias estiverem implementadas e maduras.

“É uma boa aquisição, de uma faculdade bem conceituada na região e que tem um tíquete superior à média da Afya, mas o preço está um pouco acima dos últimos deals,” diz um analista que acompanha a empresa.

A Afya está pagando R$ 2,4 milhões por vaga de medicina, quase o dobro da média das últimas oito aquisições que fez desde 2018 (R$ 1,4 milhão por vaga). 

A aquisição faz parte do plano do CEO Virgilio Gibbon de aumentar a escala em medicina e vem seis meses depois de um follow-on que deu saída parcial à Crescera, a gestora que criou a Afya e mais tarde a levou para a Bolsa.

No IPO, em julho do ano passado, Virgilio disse que queria adicionar mais mil vagas de medicina nos próximos três anos. Com a aquisição de hoje, a Afya já adicionou 570 e passa a ter 2.023 vagas. 

Em julho, a Afya entrou num novo segmento com a compra da PEBMED, uma plataforma dona de dois aplicativos voltados para profissionais de saúde e de um site de artigos científicos e notícias sobre medicina. 

A Afya fechou o dia valendo US$ 2,2 bi na Nasdaq. A ação sobe 27% desde o IPO.  

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