Desde que a Iguatemi concluiu sua reorganização societária em 21 de novembro, a ação acumula perda de 15% — contra uma alta de 1% do Ibovespa e uma queda de apenas 5% nas empresas concorrentes.
O Credit Suisse acha que a queda se deve a fatores técnicos e vê um bom ponto de entrada no papel.
Com um market cap de R$ 5 bilhões, a Iguatemi negocia hoje no menor nível desde 2016 – tanto em termos de valor de mercado quanto de fluxo de caixa operacional.
A ação está a 12,6x P/FFO 2022, um desconto de 14% para Multiplan e de 6% para BR Malls.
Em meio à alta do mercado, o papel sobe 6% no início da tarde para R$ 199.
“A ação da Iguatemi, nesse preço, é uma forma de entrar num ativo premium e da recuperação esperada para o setor de shoppings no Brasil”, escreveram os analistas Daniel Gasparete e Pedro Hajnal. O preço-alvo para as units é de R$ 266.
Na reestruturação, a Jereissati Participações, a holding pela qual a família controlava a Iguatemi, incorporou 100% da empresa de shoppings, e essa nova companhia passou a ser negociada na bolsa na forma de units.
O Credit Suisse está mantendo sua recomendação de ‘outperform’ e dizendo que as vendas nos shoppings da empresa continuam se recuperando em ritmo acelerado.
Para o CS, a queda das ações se deve a ajustes técnicos do mercado por conta da operação. O valor nominal da unit ficou elevado– mas a Iguatemi já chamou uma assembleia para aprovar o desdobramento de 1 para 10.
O volume médio diário negociado com os papéis caiu 38% depois da reestruturação, e os analistas enxergam um ajuste de posições de minoritários e fundos descontentes com a nova governança da empresa, já que a Iguatemi anteriormente tinha apenas ações ordinárias.
Para o Credit Suisse, a liquidez das ações vai se recuperar depois do desdobramento e também por conta de uma expansão de 30% do free float da empresa.