Depois do management da Yduqs dizer que está sempre atento a possíveis M&As, o JP Morgan fez um estudo para identificar as operações que teriam mais chances de obter aprovação do CADE.
Os analistas Marcelo Santos, Jessica Mehler e Froylan Mendez concluíram que uma fusão entre a Yduqs e a Cruzeiro do Sul teria boas chances de ser aprovada, enquanto uma união da empresa com a Ser teria mais risco. Combinações de negócios com UNIP, Cogna e Vitru também poderiam sair, mas com alguns ‘remédios’.
Os analistas utilizaram dois cenários para definir o que seria uma “concentração relevante”.
Um deles acompanha os critérios utilizados pelo CADE ao avaliar a fusão Kroton/Anhanguera (2014) e a tentativa de fusão entre Kroton e Estacio (agora Yduqs) (2017) – e considera problemática a operação que resulte numa participação de mercado combinada de pelo menos 30%.
O segundo cenário é mais rígido e usa um share de 20%.
A partir desses critérios, os analistas calcularam quantos alunos teriam que ser ‘desinvestidos’ se a Yduqs vendesse a menor das duas operações em cidades de alta concentração, e em seguida compararam esse número com a base total de alunos sendo adquirida.
Numa eventual fusão entre Yduqs e Cruzeiro do Sul, o banco acha que não haveria problemas considerando o primeiro cenário (30%). No segundo, seria necessário um ‘desinvestimento’ de 6% dos alunos no ensino presencial – no ensino à distância, o share seria inferior a 20%.
Numa união com a Ser, o ‘desinvestimento’ poderia alcançar 43% dos alunos no presencial no primeiro cenário (30%).
Os analistas também estimaram que a combinação dos negócios com a UNIP pediria um ‘desinvestimento’ de 16% no presencial e um share de 23% no EAD, no segundo cenário; e com a Vitru, o maior player atual em ensino à distância, o share ficaria em 33% – o que demandaria a venda de alguma operação.
Para o JP Morgan, uma fusão Yduqs/Cogna hoje teria boas chances de ser aprovada pelo CADE – ainda que com alguns remédios – diante da transformação que ocorreu no mercado de educação superior de 2017 para cá.
Nas estimativas dos analistas, o ‘desinvestimento‘ no presencial seria de 16% dos alunos; mesmo patamar da UNIP; e no EAD, o share alcançaria 32%, patamar próximo ao que seria alcançado numa operação com a Vitru.