Douglas Braunstein fez uma carreira no JP Morgan, onde chegou a CFO e vice chairman, antes de fundar a Hudson Capital em 2015.

Agora como investidor, ele está apostando em outro banco: o Deutsche Bank.

A Hudson anunciou hoje uma posição de mais de US$ 620 milhões em ações do banco alemão, que vem tentando reestruturar o negócio após três anos de resultados fracos.

O investimento de Braunstein dá um voto de confiança importante à estratégia de turnaround do novo CEO do Deutsche, Christian Sewing, que assumiu em abril e vem enfrentando o ceticismo dos investidores.

Ao The Wall Street Journal, Braunstein descreveu o Deutsche Bank como uma empresa “mal compreendida e subvalorizada”. E disse que acredita que o banco está no caminho certo para reforçar seu negócio de varejo na Alemanha, incluindo as áreas de gestão de ativos, aconselhamento de deals para empresas, empréstimos e cash management.

Sewing, que está há 20 anos no Deutsche Bank, virou CEO após a demissão de seu antecessor e quer voltar às raízes do banco, focando em atender empresas europeias e tornando a área de varejo na Alemanha mais eficiente e menos dependente dos negócios de trading.

No fim do ano passado, quando começou a analisar o banco, Braunstein achou a diretoria da época “a mais disfuncional que se poderia encontrar”, segundo disse ao WSJ. Mas ele está otimista com a nova gestão: “Os executivos estão unidos nos esforços de cortar custos e impulsionar receitas… Não teríamos investido se não achassemos que ele [Sewing] é o cara certo pro trabalho.”

As ações do Deutsche caíram 44% desde o começo do ano e são negociadas próximas da mínima histórica. A empresa vale hoje pouco mais de US$ 20 bilhões, quase um terço do que ela valia antes da crise dos subprimes em 2008. (Hoje, as ações do Deutsche negociam em alta de quase 5%).

O investimento o maior da Hudson até o momento deu à gestora uma participação de  3,1% no capital do banco. (A Hudson Capital se descreve como uma gestora “ativista construtiva” e evita cartas públicas e ‘proxy fights’).

Braunstein não é o primeiro ex-JP Morgan a investir no Deutsche. A Cerberus Capital, que tem uma posição de 3% e está assessorando a reestruturação do banco, é presidida por Matt Zames, que já foi o número 2 do JP.