Uma startup está criando uma nova plataforma de vendas para juntar a experiência dos vídeos efêmeros e divertidos do TikTok com a praticidade de um marketplace que permite comprar produtos com apenas um clique. 

Enquanto no live commerce os vídeos são… “live” e as soluções (como a da Alive) podem ser usadas na plataforma de cada varejista, na Loopi os vídeos são pré-gravados — e a plataforma é a própria Loopi.

11558 922a6a62 f47a a1c3 541d e1c36553b3ebA Loopi é um feed infinito de vídeos curtos onde diversos influenciadores divulgam produtos — por enquanto, de moda, beleza e decoração. A cada venda, a Loopi e os influencers ficam com uma comissão. 

A plataforma — que começou a funcionar há apenas três semanas — foi criada por Ricardo Bechara, o ex-country manager da Rappi no Brasil; Cesário Martins, fundador da ClickBus e MeuDNA; e Felipe Brasileiro, o cofounder da Parafuzo, um marketplace de diaristas.  

“Nossa ideia é ser um marketplace onde os criadores de conteúdo fazem uma curadoria e expõem produtos com uma experiência mais humanizada,” Ricardo disse ao Brazil Journal. “Do ponto de vista do usuário, ele pode comprar com um clique num feed personalizado, que vai aprendendo com a navegação e mostrando só o que ele gosta.”

Agora, a startup acaba de levantar US$ 5 milhões numa rodada de seed money liderada pela Monashees. A captação teve a participação do Canary, ONEVC e Global Founders Capital, além dos fundadores da Rappi e de Hans Tung, um dos principais investidores de VC do mundo. 

Para as marcas, o diferencial da Loopi em relação a outros marketplaces é conseguir reter a atenção do usuário — um ativo cada vez mais escasso num mundo de hiperinformação — e converter mais vendas. 

Ainda que os dados sejam preliminares, a Loopi diz que consegue uma conversão 5x maior que a de um ecommerce tradicional, que gira em torno de 1% a 2%. 

O grande desafio da Loopi será atrair usuários num mundo já saturado de redes sociais. A aposta é que os próprios influenciadores sejam um importante canal de originação. 

“Queremos transformar a plataforma em algo tão atrativo que os influenciadores vão querer trazer a audiência deles pra cá. Além disso, vai ser um destino de compra para o usuário, um lugar que ele vai gostar de entrar pra ver o que tem de novidade,” disse o fundador.

Segundo ele, um dos focos é atrair marcas que ainda não navegam com tanto desenvoltura o mundo digital e dos influenciadores. A Loopi já fechou parceria com marcas como a Munny, Canal Concept, She Brand e Les Marie e está vendendo mais de 5 mil produtos.

Por enquanto, a Loopi tem feito integrações com as marcas para que as entregas sejam feitas no modelo de ‘ship from store’. “Mas queremos trazer o conceito de entrega super rápida, em algumas horas,” disse Ricardo. 

A Loopi se inspirou em várias empresas para criar sua plataforma, mas seus principais benchmarks são a chinesa Taobao, que pertence ao Alibaba, e a Little Red Book — ambas têm investido pesado no modelo de social commerce. 

“No limite todo mundo vai concorrer pela atenção e pelo pocket share do cliente,” diz Ricardo. “Mas a Loopi quer ser a nova geração dos marketplaces. Às vezes 15 segundos de um vídeo bem feito vale mais do que 30 minutos pesquisando na internet. Você consegue ver o caimento da roupa, uma série de detalhes que não vê de outra forma.”