Uma das maiores gestoras de galpões logísticos do mundo, a Global Logistic Properties (GLP) planeja listar sua divisão americana ainda este ano, num negócio que pode avaliá-la em mais de US$ 20 bilhões.
A companhia é uma das principais locadoras de galpões para a Amazon.
As informações foram reveladas em primeira mão pelo The Wall Street Journal.
Em meio à safra de IPOs de tecnologia, a GLP tem um negócio menos sexy, mas diretamente ligado ao boom do comércio eletrônico – e, ao contrário da maioria dos nomes de tech, é altamente rentável. (No Brasil, a LOG tem um negócio equivalente.)
A demanda por centros de distribuição vem aquecendo o mercado. Nos EUA, a vacância de galpões logísticos hoje é de apenas 4,3%, o nível mais baixo desde que a CBRE começou a coletar os números em 2002.
A ação da Prologis, a maior concorrente da GLP, está na máxima histórica — a companhia vale US$ 48 bilhões na NYSE — e as maiores empresas do setor sobem de 20% a 30% na Bolsa este ano.
Em 2015, GLP aumentou sua relevância nos EUA ao comprar um portfólio de logística de US$ 4,5 bilhões, consolidando sua posição como o segundo maior player do setor. (A compra foi feita a um cap rate — uma métrica de retorno sobre o investimento — de 5,6%.)
Segundo o WSJ, a GLP pretende levantar US$ 3 bilhões com a listagem, e os recursos serão usados para pagar dívida.
A GLP nasceu em dezembro de 2008, quando o GIC, o fundo soberano de Singapura, pagou US$ 1,3 bilhão pelos ativos da Prologis no Japão e na China. O dinheiro era do GIC mas a gestão era de Jeff Schwartz e Ming Mei, dois executivos da ProLogis que deixaram a companhia para fundar a GLP. (Schwartz morreu em 2014; Mei ainda é o CEO.)
Desde então, a GLP se expandiu para outras regiões e silenciosamente se tornou o segundo maior player do setor no mundo.
A companhia fez seu IPO em Singapura em 2010, mas no ano passado fechou seu capital num leveraged buyout liderado por um consórcio de empresas chinesas. (O GIC continua como acionista, mas é visto como vendedor.)
Dos 785 milhões de square feet no portfólio da GLP, cerca de 200 milhões estão nos Estados Unidos.