A Gabriel — a startup que está injetando tecnologia na segurança pública, a partir de condomínios residenciais, começando pelo Leblon — acaba de levantar R$ 66 milhões numa rodada liderada pelo Softbank.
A Série A também teve a participação do Canary, Norte Ventures, Indie Capital, Globo Ventures, QMS Capital, CamelFarm Ventures, Endeavor ScaleUp Ventures e Wayra, o corporate venture do grupo Telefônica-Vivo.
Após a rodada, o SoftBank será um board observer da Gabriel. Outro observador será o chairman da GPS, José Caetano Lacerda, que investiu na startup no round anterior.
Fundada no ano passado por Erick Coser, Otávio Miranda e Sérgio Andrade, a Gabriel começou a operar pelo Rio de Janeiro — provavelmente um dos lugares mais complicados do Brasil quanto o assunto é segurança.
A empresa integra condomínios, casas e estabelecimentos comerciais à sua rede de câmeras inteligentes interconectadas e de baixo custo. As assinaturas de segurança começam em R$199 por mês, sem custos upfront.
A Gabriel usa centenas de “camaleões” — como ele chama os pares de câmeras com visão 180º das vias públicas, emulando o olhar do réptil — como fonte de insights sobre crimes e comportamentos suspeitos, e entrega esses dados às forças públicas de segurança.
O algoritmo de machine learning da Gabriel é capaz de reconhecer padrões suspeitos e emitir alertas. O sistema já é capaz de diferenciar humanos de objetos e até mesmo detectar uma pessoa parada muito tempo num mesmo lugar. Com o tempo, o uso de dados vai atualizando a máquina, tornando-a cada vez mais precisa e capaz de reconhecer cada vez mais padrões.
A adoção da tecnologia tem gerado um efeito de rede na Zona Sul do Rio.
“Quando você contrata a Gabriel, você está integrando o seu edifício à maior rede de proteção da sua rua, do seu bairro e da sua cidade — o que torna o processo de vigilância contínuo e aumenta nossa base de dados,” Otávio, o cofundador, disse ao Brazil Journal. “Existe uma demanda grande por produtos que façam sentido em rede.”
Com essa lógica, a Gabriel tem crescido em grande parte graças ao ‘word of mouth’: quando ela instala uma câmera num prédio, outros prédios da mesma rua ficam interessados em contratar o serviço.
“Nossos síndicos têm o ‘benefício egoísta’ de ter a vizinhança inteira compondo a rede da Gabriel, o que faz com que ele se proteja muito mais sem aumentar o seu custo,” disse Erick, o CEO e cofundador da startup.
A Gabriel já opera mais de 1.500 câmeras em toda a Zona Sul do Rio, principalmente nos bairros de Ipanema e Leblon. A infraestrutura da startup já é 5x maior que a do Governo do Estado na capital, e já está em paridade com a rede pública de segurança por videomonitoramento de toda a cidade de São Paulo.
Com a rodada, o plano é aumentar substancialmente o número de câmeras, adensando os bairros onde a empresa já está presente e entrando também em outras capitais, começando por São Paulo.
Segundo os fundadores, as imagens capturadas pelas câmeras da Gabriel ajudaram na investigação de 140 crimes por parte da Polícia Civil, resultando em pelo menos 18 prisões só este ano — incluindo a captura de uma gangue de São Paulo que estava assaltando apartamentos de alto padrão no Rio e o famoso duplo assalto em 46 segundos no Alto Leblon.
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