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Quando, em uma noite de junho de 1955, o médico Manoel Tabacow Hidal se reuniu com membros da comunidade judaica em seu apartamento na cidade de São Paulo para criar a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, não se cogitava um sistema de saúde com 84 unidades pelo País, incluindo 32 no sistema público de saúde e 14 na educação.
Mas, em 1971, na abertura do Einstein Hospital Israelita, no Morumbi, os fundadores pavimentaram o caminho da organização.
“Desde o início, desejávamos implantar um hospital com um avançado serviço, apoiado na segurança do paciente e do profissional. E, sobretudo, que oferecesse condições reais para o desenvolvimento da pesquisa científica em nosso país,” disse Hidal.
Dessas raízes, fincadas nos preceitos judaicos de refuá (saúde), chinuch (educação), tsedaká (justiça social) e mitzvá (boas ações), o Einstein cresceu para virar uma referência global.
O hospital foi reconhecido como o 22º melhor do mundo (sendo o melhor do Hemisfério Sul e da América Latina), segundo o ranking de 2025 da revista Newsweek.
Na época da inauguração do hospital, o Morumbi era um bairro afastado do centro de São Paulo, o que não atraiu a atenção de médicos de clínicas consolidadas.

Nos primeiros anos de operação, o Einstein Hospital Israelita estava afastado do centro da cidade de São Paulo.
Este foi um fator que abriu espaço para que profissionais jovens se integrassem ao novo hospital, abertos a visões modernas da saúde e valorizando tecnologias de ponta, que logo seriam uma das marcas da organização.
Hoje, o Einstein é considerado o melhor hospital do Brasil pelos médicos de todo o país, segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha.
Sidney Klanjer, o presidente do Einstein, disse que a vanguarda e o olhar tecnológico sempre orientaram as atividades do Einstein.
“A vanguarda e o olhar tecnológico sempre orientaram as atividades do Einstein. Desde o início, estamos nas fronteiras do conhecimento e atualizados com as novidades,” disse. “O primeiro aparelho de ressonância magnética do país foi adquirido pelo Einstein. E o segundo também. Criou-se a primeira UTI privada, quando isso ainda era uma novidade mesmo nos países mais desenvolvidos.”
A organização também foi a primeira a fazer um transplante de medula óssea na rede privada, além de ter fundado a primeira aceleradora de startups em saúde do Brasil, em 2017 – a Eretz.bio, que já apoiou o desenvolvimento de mais de 150 startups.
A disrupção foi tanta que, em 2024, o Einstein conquistou o primeiro lugar do Prêmio Valor Inovação, entre organizações e empresas de todos os setores no País.
Inovação e responsabilidade social
A telemedicina é um exemplo de como o Einstein assumiu o papel de vanguarda e ajudou a definir novos padrões.
Desde 2012, o hospital apostou nesta inovação, mesmo com as limitações tecnológicas e restrições regulatórias. De suporte no atendimento de funcionários em plataformas de extração de petróleo até apoio em UTIs de outros hospitais, a organização empregou o recurso no limite do possível.
Até que, em 2020, a pandemia impôs a necessidade da telemedicina – e o Einstein, por sua experiência, estava pronto para expandi-la.
O serviço passou a ser ofertado para mais pessoas. Por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o Einstein estruturou o projeto TeleAMEs, que oferece assistência médica especializada para o Norte e o Centro-Oeste por telemedicina e já realizou mais de 387 mil atendimentos.
E essa é apenas uma das 42 iniciativas do Einstein em andamento junto ao PROADI-SUS, cujos projetos focam em pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias no sistema público, além de gestão e assistência especializada e capacitação de profissionais.
“A aproximação com o SUS fez o Einstein se alinhar com as necessidades da saúde pública,” disse Claudio Lottenberg, presidente do conselho deliberativo e ex-presidente do Einstein. “Participamos da construção desse sistema de forma ativa, reforçando nosso compromisso de justiça social,” disse.
A organização opera cinco hospitais públicos em diferentes estados (São Paulo, Goiás e Bahia), além de UBSs, UPAs, AMAs e CAPS, entre outras unidades.
Em um desses hospitais, no município de Aparecida de Goiânia (GO), o Einstein dobrou a capacidade de atendimento dos leitos nos primeiros seis meses de operação, ao mesmo tempo em que reduziu a mortalidade. Em outro, na capital paulista, disponibiliza cirurgia robótica para pacientes oncológicos.

Referência em inovação e tecnologia, Einstein já formou médicos de 16 países em cirurgia robótica.
O impacto social da organização também acontece por meio do Voluntariado Einstein, que hoje conta com 660 membros, atuando em 10 unidades. Ele se destaca, entre outras iniciativas, pelo Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP).
“Temos mais de 430 atividades envolvendo esportes, artes, informática e capacitação. São mais de 180 mil atendimentos por ano,” disse Telma Sobolh, a presidente do Voluntariado.
E esse vínculo com a comunidade foi estabelecido já em 1969, quando foi criada a Pediatria Assistencial, que atendia gratuitamente crianças da região mesmo antes de o hospital abrir as portas.
Um sonho de Hidal e de outros fundadores era que o Einstein criasse um centro capaz de comandar estudos com tratamentos avançados. Esse sonho se tornou realidade.
O centro foi o primeiro no Brasil com aprovação para um ensaio clínico com CAR-T Cell, uma terapia que manipula em laboratório células de defesa do próprio paciente para atacar o câncer. Hoje, são mais de 20 produtos de terapias avançadas em desenvolvimento.
Além disso, o Einstein oferece centenas de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado, e oito graduações, como Enfermagem e Medicina, que receberam nota 5 na avaliação do ENADE MEC em todos os quesitos avaliados. Entre 309 cursos de Medicina do país, só seis obtiveram esse desempenho de excelência.
Para completar, a organização também constrói o futuro com formações que anteveem tendências. Um exemplo é a criação da graduação em Engenharia Biomédica, fundamental para áreas como inteligência artificial, cirurgia robótica e bioimpressão. Em 2024, mais de 61 mil alunos fizeram os cursos.
“Como uma organização sem fins lucrativos, precisamos ser sustentáveis, mas tomamos decisões com um olhar de longo prazo e com ousadia,” disse Henrique Neves, diretor-geral do Einstein. “Assumimos riscos pensando nos rumos que o mundo está tomando, e em como podemos influenciá-los positivamente.”
Esse raciocínio foi o que motivou a aposta em big data e inteligência artificial há nove anos – antes do hype atual. Esse movimento, segundo Neves, contribuiu para uma gestão eficiente e para a qualidade e segurança do paciente.
Por meio de sua Central de Monitoramento Assistencial, o Einstein acompanha os pacientes internados com tecnologia de ponta e algoritmos que ajudam a detectar alterações e intervir precocemente.
Só na unidade Morumbi, são mais de 10 mil intervenções da central por mês, reduzindo o risco de complicações.
Além disso, houve um grande aumento da excelência operacional com otimização de recursos materiais e financeiros: atualmente, o hospital conta com mais de 100 algoritmos rodando todos os dias.
Essa postura em prol da inovação e o investimento em dados e digitalização da saúde foram alguns dos motivos que colocaram o Einstein entre os melhores hospitais do mundo.
O Einstein se tornou um dos cinco membros fundadores da Mayo Clinic Platform_Connect, uma rede que congrega oito hospitais de referência no mundo para gerar conhecimento que personalize a Medicina e favoreça o desenvolvimento de produtos e serviços digitais.
“Nossas conquistas materializam a visão do início do Einstein. É com base nessas origens que buscamos o melhor para a saúde de todas as pessoas,” disse Klajner.
Einstein anuncia evolução da marca
O Einstein apresenta a modernização da sua marca: Einstein Hospital Israelita. A mudança reflete a escuta ativa da organização em relação ao público, que já reconhece o “Einstein” como sinônimo de excelência, inovação, conhecimento e cuidado em saúde.
A estrela de Davi continua a ser o símbolo central. Ela ganha novos tons de azul, mais vibrantes e que remetem à saúde, tecnologia e inovação.
A transição começa oficialmente nesta quarta-feira, 2 de julho, de forma gradual.
“A evolução da marca tem o objetivo de organizar e simplificar a aplicação nos diferentes pontos de contato com os públicos,” disse Débora Pratali, diretora executiva de comunicação institucional.
“O projeto priorizou a modernização e a clareza, além de assegurar que a marca reflita o crescimento da organização ao longo dos anos, bem como toda a sua diversificação.”