O Fundo Vale – uma associação sem fins lucrativos mantida pela mineradora Vale – acaba de completar 15 anos tendo investido cerca de R$ 360 milhões desde sua fundação e impactado mais de 41 mil pessoas.

Lançada em 2009, a organização foi criada em um momento já bem desafiador para a Amazônia, bioma no qual tem priorizado suas atividades ao longo dos anos. Na mesma região, sua mantenedora está presente há mais de 40 anos e opera a mina de Carajás, a maior de minério de ferro a céu aberto do mundo e a mais importante da Vale.

“A preocupação com o desmatamento da Amazônia tinha crescido naquela época, por parte da sociedade e governos. Como este sempre foi um tema presente para a Vale a empresa entendeu que tinha muito a contribuir com o assunto, reforçando também seu compromisso com o bioma,” conta a diretora de soluções baseadas na natureza da Vale e diretora do Fundo Vale, Patrícia Daros.

A empresa vem atuando, historicamente, como um agente acelerador da transição para uma economia mais sustentável e, naquele momento, decidiu atuar para além de suas fronteiras.

Desde os seus primórdios, o Fundo Vale percebeu que era preciso desenvolver alternativas econômicas mais sustentáveis para diminuir o desmatamento e promover a recuperação de áreas, e isso só poderia ser feito por meio de parcerias com organizações da sociedade civil.

Segundo Patrícia Daros, era preciso pensar nas chamadas soluções baseadas na natureza: além de conservar, seria necessário criar toda uma estrutura que permitisse que a floresta continuasse de pé e gerando benefícios para as pessoas que vivem nela. “O Fundo Vale nasce com uma lógica de ser esse veículo da Vale para a agenda de Floresta e Clima, como uma contribuição voluntária e adicional da empresa, numa visão de legado,” disse a executiva.

Para conseguir seus objetivos, o Fundo Vale apoiou diversas iniciativas. Uma delas é a Jornada Amazônia, uma plataforma de fomento e aceleração de negócios que valorizam a floresta amazônica em pé. De acordo com Patrícia, a Jornada tem como objetivo fomentar o desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia por meio de um pipeline de startups em diversos estágios.

Em parceria com a Microsoft e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Fundo também lançou a PrevisIA, solução que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia.

A ferramenta utiliza mapas e estatísticas de risco e mapeia estradas ilegais – que são uma das variáveis mais importantes na predição de futuros desmatamentos ilegais. Para se ter uma ideia, estudos apontam que 90% das queimadas anuais acontecem a um raio de quatro quilômetros dessas estradas – exatamente o que a PrevisIA prevê. “O Fundo Vale trabalha para apoiar, criar e consolidar projetos estruturantes,” disse Patrícia.

Desde então, o Fundo já apoiou mais de 120 iniciativas e cerca de 15 cadeias de valor na Amazônia foram beneficiadas por esses aportes, entre elas açaí, castanha, pirarucu e o manejo madeireiro.

Meta Florestal 2030

O Fundo Vale é também responsável pela implementação da Meta Florestal, compromisso voluntário de sua mantenedora de proteger e recuperar 500 mil hectares de área até 2030, alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Visando atingir 100 mil hectares de recuperação por meio de negócios sustentáveis, tem apoiado empresas e startups que desenvolvem modelos mais sustentáveis, como os Sistemas Agroflorestais (SAFs).  A Belterra Agroforestas é uma das principais expoentes dessa estratégia. A startup de recuperação de áreas nasceu com a missão de promover o desenvolvimento sustentável na agricultura.

A empresa vai atrás de pequenos e médios proprietários de terra para convencê-los a não derrubarem florestas e tirarem a sua renda de forma mais sustentável.

Os representantes da empresa mostram aos proprietários, com dados e informações, que um pasto degradado na Amazônia é ineficiente e pouco rentável em relação a outras culturas, como a produção de cacau e açaí, por exemplo.

Segundo contas da Belterra, enquanto a pecuária gera uma renda de R$ 150 por hectare, o cultivo de algumas culturas pode representar uma receita de cinco a dez vezes maior para o proprietário – inclusive por meio de créditos de carbono. Resultado: a Belterra floresceu.

Hoje, a empresa tem operações nos estados do Pará, Bahia, Mato Grosso, Rondônia, Piauí e Minas Gerais e já implantou três mil hectares de agroflorestas nessas regiões. Além disso, auxiliou na preservação de 30 mil hectares.

No total acumulado entre o início de 2020 e maio de 2024, o Fundo Vale foi responsável (de maneira direta ou indireta) por quase 14 mil hectares implantados – praticamente 15% do total que a Vale se comprometeu a recuperar.

 

Em destaque a Floresta Nacional de Carajás em Parauapebas no Pará. Foto de Ricardo Teles.

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