Tom Loverro, executivo de um dos mais tradicionais fundos de venture capital do Vale do Silício, prevê uma “extinção em massa” para empresas early e mid-stage.
Com tintas um tanto apocalípticas, Loverro fez a “PREVISÃO” – em maiúsculas – num fio publicado no Twitter que já soma mais de 3 milhões de visualizações.
Loverro faz parte do time da IVP, com sede em Menlo Park, uma das firmas de VC com melhor track record no Vale. Ele carrega em seu currículo os aportes feitos em nomes como Coinbase, Datadog, Github e Hashicorp.
De acordo com o executivo, os próximos meses serão terríveis para as startups que se encontram nos estágios iniciais. Será um momento mais dramático do que o período na sequência da crise financeira de 2008.
“Ótimas startups como sempre serão financiadas, mas não nos termos de 2021,” diz o investidor, que já apareceu na lista da Forbes entre os “Midas” do VC.
Boas startups terão rodadas em que vão captar a preços iguais ou abaixo do valor do aporte inicial dos primeiros investidores, prevê Loverro. “Muitas startups apenas OK e em fase de pré-produto vão morrer – e a uma taxa não vista desde 2008,” sentencia.
Diversas startups levantaram capital em 2021, quando havia abundância de liquidez nos mercados. Apesar de elas terem reduzido a queima do caixa no segundo semestre do ano passado, elas vão precisar de mais dinheiro para sustentar as suas operações. Quatro em cada cinco entre as early-stage têm menos de um ano de vida, nota o investidor.
“Haverá uma ENXURRADA de startups que irão ao mercado para levantar capital no segundo semestre de 2023 e em 2024,” diz Loverro. “Haverá mais empresas procurando capital do que conseguindo financiamento. O que ouvimos no momento é o silêncio antes da tempestade.”
Para as empresas dependentes do dinheiro de VC, será pior do que a grande crise financeira de 2008 e 2009, profetiza Loverro. “A ressaca começará a ser sentida no final do ano,” afirma.
Na opinião de Loverro, as empresas terão que apertar o cinto, demitir funcionários e, aquelas que conseguirem dinheiro novo, será em condições menos favoráveis.
“Não voltaremos para os múltiplos de 15x nem mesmo para as companhias excelentes,” afirma. “Hoje estamos com múltiplos de 4,5x para a maioria das empresas e de 8x a 12x para a elite.”
Na parte final de seu tuíte, o investidor lista conselhos para aqueles que quiserem sobreviver, entre eles: levantar capital adicional o quanto antes; enxugar custos; focar na sobrevivência e não na valuation; atrair executivos com experiência; melhorar a relação custo-faturamento e adiar o crescimento.
Loverro conclui: “Seja decisivo. Medidas paliativas raramente dão certo”.