Prevendo um rali no papel ao longo do segundo semestre, o JP Morgan reiterou sua recomendação de compra para a Embraer depois da companhia reafirmar seu guidance para o ano na semana passada.
Os analistas Marcelo Motta, Jonathan Koutras e Seth Seifman vêem um upside de 50% considerando apenas o core business da companhia (aviação comercial, executiva, defesa e serviços) – e de 114% incluindo no valuation a EVE, a subsidiária que produz o ‘carro voador’ elétrico eVTOL.
A ação já subiu 10% desde que a Embraer reportou seu segundo tri em 4 de agosto, sinalizando que não espera redução nas entregas ou margens apesar do fluxo de notícias negativas sobre a cadeia de suprimentos.
Os analistas agora projetam uma alta de 42% no EBITDA em 2023, que nas contas do banco deve atingir US$ 640 milhões (13% acima do consenso) e com isso avaliam o core business em US$ 16 por ação. “Além disso, os investidores ainda podem ganhar mais US$ 10 por ação por causa da EVE, que tem um market cap de US$ 2 bilhões na NYSE e da qual a Embraer tem 90%,” escreveu o JP Morgan.
O valuation da EVE (US$ 10/ação) é praticamente o mesmo que o preço do ADR da Embraer, que fechou ontem a US$ 10,67 em NY – em outras palavras, se o valuation da EVE estiver correto, todo o core business da Embraer está de graça.
O preço-alvo do JP Morgan para a companhia em dezembro de 2023 é de US$ 26 para o ADR e R$ 34 para a ação listada na B3.
A Embraer negocia hoje a 6,2x EV/EBITDA dos 12 meses à frente, abaixo dos 8,3x da média de 5 anos e dos 7,4x da média de 10 anos.
O múltiplo é o menor de um peer group que inclui a Airbus (8,5x); a Boeing (20,9x) e a Bombardier (7,8x).