Depois que a Bolsa fechou na segunda-feira, a Nike apresentou um resultado acima do esperado pelo mercado.
A receita do trimestre fiscal ficou em US$ 12,2 bi, enquanto o mercado esperava US$ 12,07 bi. Já o lucro por ação atingiu US$ 0,90, enquanto o consenso projetava US$ 0,81.
A cereja do bolo: a gigante do ‘Just do It’ anunciou uma recompra de ações de mais de US$ 18 bilhões, ou cerca de 10% de seu market cap, ao longo dos próximos quatro anos.
Tudo parecia sinalizar uma alta no papel no dia seguinte, mas quando o mercado abriu… a ação despencou mais de 7%.
O que o mercado não gostou?
Basicamente, a mudança no guidance que a empresa anunciou na call de resultados. A Nike disse que a receita no trimestre atual deve se manter estável ou ligeiramente acima dos US$ 12,25 bilhões de um ano atrás. O consenso do mercado era de um crescimento para US$ 12,34 bi.
A Nike também disse que suas margens vão ficar estáveis ou cair no período, em grande parte pelo aumento nos custos de frete.
A queda de ontem vem num momento em que a ação da Nike (e de quase todas as empresas de consumo nos EUA) tem sofrido com a inflação recorde e a perspectiva de uma recessão.
Desde o início do ano, a Nike acumula uma queda de quase 40%.
A ação negocia hoje a 25x o lucro dos próximos 12 meses, abaixo dos 31x que são a média dos últimos cinco anos mas ainda acima do low histórico de 19x.
Um analista da CFRA – que tem recomendação de venda para a ação – disse à Barron’s que o múltiplo da empresa teve uma expansão significativa durante a pandemia, mas que agora deve retornar aos níveis pré-covid dado que as margens estão pressionadas.
Apesar de ter batido as expectativas do mercado, o resultado da Nike para o quarto trimestre fiscal não foi exatamente fabuloso.
A receita caiu 1% – a primeira queda de vendas da Nike em sete trimestres – e o lucro, outros 3%.
Mas hoje, o maior problema da Nike é a China, onde as vendas despencaram 19% no trimestre por conta dos lockdowns recentes.
O país é o segundo maior mercado da Nike, respondendo por 17% das vendas. O primeiro é os EUA, onde a Nike faz 33% de seu faturamento.