Com M&As transformacionais e crescimento orgânico, a Eletromidia se consolidou nos últimos anos como o maior player de mídia out of home do País – atingindo uma audiência de mais de 30 milhões de brasileiros por dia.
Ainda assim, o Santander acha que tem espaço para a companhia continuar crescendo num ritmo acelerado nos próximos anos.
O banco acaba de iniciar a cobertura da Eletromidia com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 16, um upside potencial de 60% em relação ao preço de tela.
“Acreditamos que ventos favoráveis vão criar as condições para a Eletromidia continuar entregando um forte momentum operacional no curto prazo, apesar das condições macro volatéis,” escreveram os analistas Felipe Cheng e Cesar Davanco.
Os analistas projetam um crescimento de 90% para a receita este ano; excluindo as aquisições, o crescimento seria de 55%.
O canal out of home (OOH) está ganhando share em comparação a outros canais de mídia, em grande parte pelo aperfeiçoamento no data analytics, que permite ao anunciante metrificar melhor os resultados. Além disso, a indústria tem investido pesado na migração dos painéis estáticos para os digitais.
Finalmente, a volta das pessoas às ruas no pós-pandemia está dando mais confiança aos anunciantes para voltar a investir no OOH.
O Santander também espera que a Eletromidia melhore sua rentabilidade, com a margem EBITDA chegando a 30% este ano – em comparação a 21% no ano passado. No médio prazo, a expectativa do banco é de uma margem EBITDA de 40%.
“A expansão da margem vai ser impulsionada principalmente pela alavancagem operacional em todos os segmentos,” escreveram os analistas. “Além disso, a Eletromidia tem direcionado sua alocação de capital para as divisões com maior rentabilidade, como edifícios e ruas.”
A aquisição da Otima – que tem a concessão dos painéis de pontos de ônibus de São Paulo – é um exemplo disso, já que a Eletromidia espera que o negócio opere com uma margem EBITDA de 58%.
Nas contas do Santander, a Eletromidia negocia a 9x o EBITDA deste ano e a 7x o de 2023. O múltiplo está em linha com o de peers globais, apesar do alto crescimento da Eletromidia.
“As perspectivas de crescimento da Eletromidia não estão precificadas nos níveis atuais,” disseram os analistas. “Vemos um forte momentum de lucros, concessões adicionais e execução de M&A como os principais triggers para a ação.”
No sellside, a Eletromidia é coberta por Itaú BBA, Morgan Stanley (os coordenadores do IPO), UBS, e agora, Santander.