A Sami — a healthtech que levantou R$ 111 milhões há seis meses — acaba de demitir cerca de 75 de seus 550 funcionários, mais uma startup cortando na carne para atravessar o novo ciclo de baixa liquidez no mercado de venture capital.
As demissões estão sendo feitas agora de manhã por videochamadas, uma fonte a par do assunto disse ao Brazil Journal.
A justificativa da startup é de que ela tem uma queima de caixa “elevadíssima” (R$ 7,5 milhões por mês) e que está sendo pressionada pelos fundos de venture capital para atingir o breakeven, disse a fonte.
O fundador Victor Asseituno confirmou as demissões e disse que a empresa está tendo que “encontrar um caminho para reduzir custos e chegar na sustentabilidade do negócio.”
“Em dezembro, quando levantamos a última rodada, o que o mercado queria era alto crescimento. E crescemos 6x nos últimos dozes meses,” disse o fundador. “Agora o cenário é outro.”
A Sami se junta a uma lista cada vez mais extensa de startups que estão fazendo layoffs nos últimos meses, incluindo unicórnios como o Quinto Andar, Loft e Kavak, além de empresas de investimentos como a Empiricus e o Grupo Primo.
Até agora, mais de 20 startups já fizeram demissões desde o início do ano, segundo levantamento do site layoffs Brasil.
A Sami foi fundada em 2019 por Victor e, um ano depois, criou um plano de saúde que já tem cerca de 7.000 vidas. A Sami tem entre seus investidores fundos como Valor Capital, Monashees e Redpoint.
Os layoffs são a face mais aparente de uma virada de ciclo global no mercado de VC — que tem reduzido a liquidez para startups e tornado cada vez mais urgente a redução de custos para garantir a sustentabilidade do negócio.