Nos últimos meses, a Hapvida enfrentou uma tempestade perfeita.
O aumento dos custos médicos com a covid, a aceleração da inflação e um cenário complexo para o crescimento orgânico afetaram em cheio a companhia — que viu sua sinistralidade disparar e sua adição de novas vidas ir para o campo negativo.
O resultado: a ação despencou, caindo mais de 60% nos últimos 12 meses.
Com a queda, o Itaú BBA acha que a ação ficou barata demais para ignorar — mesmo no cenário de maior estresse.
Os analistas do banco soltaram um relatório mantendo a recomendação de ‘outperform’ para a ação, mas reduzindo o preço-alvo de R$ 17 para R$ 10 — o que ainda representa um upside de 62% em relação ao preço de tela.
“Ainda que a gente reconheça que as dinâmicas de curto prazo provavelmente vão continuar desafiadoras, estamos confiantes nas perspectivas de longo prazo da Hapvida, na medida em que acreditamos que ela será o player com a melhor habilidade para controlar os custos médicos quando a inflação voltar aos níveis normais,” escreveram os analistas.
O Itaú BBA simulou cinco cenários diferentes para o lucro da operadora de saúde com base em sua capacidade de repassar os aumentos de custos para os clientes e de controlar os custos.
A conclusão: mesmo no cenário de maior estresse para 2023 — uma estabilidade nas vidas e um ‘loss ratio’ de 64% para a Hapvida e 72,4% para a Intermédica — a ação negociaria num múltiplo de 19,5x seu lucro, abaixo da média histórica dos últimos anos.
Já no cenário base do Itaú — um crescimento orgânico de 4,2% e um ‘loss ratio’ de 62% para Hapvida e 71,1% para a Intermédica — o múltiplo seria de 16x o lucro.
Nesse cenário base, a Hapvida teria um lucro de R$ 591 milhões neste ano e de R$ 2,1 bilhões em 2023.