Convicto de que o ciclo de alta das commodities não é um movimento transitório, o BTG Pactual se disse ‘perplexo’ com o nível de pessimismo e baixa exposição dos investidores a ações de empresas desse segmento.
“Com as recorrentes restrições do lado da oferta que assolam as commodities, estamos convencidos de que esse ciclo de alta pode durar anos e ainda não está nem perto de ser precificado pelo mercado,” escreveram os analistas Leonardo Correa e Caio Grener.
As ações empresas do setor sofreram um ‘de-rating’ sem precedentes, e hoje negociam nas mínimas de vários anos – na média entre 1x e 3x EBITDA 2022 – e isso apesar de as companhias estarem menos endividadas e mais disciplinadas na alocação de capital do que no passado, disse o banco.
Para o BTG, a análise do setor é 99,9% uma visão macro da China, onde a demanda por commodities deverá acelerar no segundo semestre depois que o país relaxou um lockdown de mais de um mês para conter um novo surto de coronavírus. Na reabertura, a China está adotando medidas de estímulo para a economia, como investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais.
A Vale é o ‘top pick’ do BTG por conta da expectativa de alta do minério de ferro, com a retomada da produção de aço na China. Os analistas aumentaram o preço-alvo da mineradora de US$ 22 para US$ 25, um upside de 40%. O papel sai hoje a 3,2x EV/EBITDA para 2022.
A Gerdau é o ‘top pick’ na siderurgia. O BTG manteve preço-alvo de R$ 43, um upside de 48%. A ação negocia a 2,5x EV/EBITDA 22.
Suzano é o ‘top pick’ no papel e celulose. O preço-alvo caiu de R$ 90 para R$ 85 – ainda assim um upside de 61%. A ação está a 4,6x EV/EBITDA 2022.
O banco também tem recomendação de compra para Bradespar, Usiminas, CSN, CSN Mineração, CBA, Aura Minerals, Klabin, Irani e Dexco.