Ah, os Hamptons… o sol, o mar…
O valor mediano das transações foi de US$ 850 mil, e 59% dos negócios envolveram casas abaixo de US$ 1 milhão.
Mas por que os Hamptons estão encalhando num momento em que a economia americana cresce mais de 3% ao ano?
O fundamento econômico do mercado é a reforma tributária de Donald Trump.
Implementada em janeiro do ano passado, a nova lei mudou as regras relacionadas às deduções no imposto de renda dos juros das hipotecas e dos impostos de propriedades, tornando menos atrativa a compra de um segundo imóvel e deixando muitos potenciais compradores confusos com as mudanças.
“Estamos no meio de um período de transição pós nova lei tributária, onde [os imóveis] high end estão sofrendo”, o presidente da Miller Samuel, a consultoria imobiliária que fez o estudo, disse à Bloomberg. “O que realmente está vendendo é um padrão mais baixo, então há mais estoque exposto.”
A nova realidade dos Hamptons fez inclusive com que a consultoria tivesse que redefinir seus padrões de luxo.
Historicamente, o valor médio das casas mais caras vendidas nos Hamptons (uma espécie de ranking das top 10%) era de US$ 3,8 milhões. Neste ano, o valor caiu para US$ 3,2 milhões, diminuindo a régua do que a consultoria considera “luxo”.
A expectativa é que as vendas comecem a melhorar nos próximos meses, conforme o mercado se estabilizar e o alto estoque tornar os vendedores mais flexíveis em sua ambição de preço.
Mas, se o quadro continuar como está, o futuro dos Hamptons não deve ser nada glamouroso: no ritmo atual, a Miller Samuel estima que levaria cerca de 7 anos e meio para desovar todo o estoque de imóveis.