Em 1962, o Padre João Drexel aportou no Brasil.
Nascido nos Estados Unidos, o jovem de 26 anos acabara de ordenado, após ter estudado quatro anos de teologia em Washington.
Em São Paulo, assustou-se com a quantidade de crianças abandonadas — e decidiu fazer dessa causa sua missão de vida.
Há 46 anos, ele fundou uma instituição que acolhe crianças e adolescentes cujos direitos básicos tenham sido ameaçados ou violados.
A Associação Maria Helen Drexel — que leva o nome de sua mãe — recebe crianças que foram abandonadas ou vítimas de abuso e são encaminhadas para lá pela Vara de Infância.
Lá, elas esperam que a situação da família se normalize para poder voltar para casa, aguardam adoção — ou, como ocorre com alguma frequência, passam ali toda a infância, até completar os 18 anos. Desde a fundação, a associação já acolheu mais de 900 crianças.
Mais do que um teto, o propósito da instituição é dar um lar: são cinco casas na região de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, cada uma com 10 crianças. Cada casa tem duas cuidadoras que acompanham o dia a dia das crianças e adolescentes. (A associação acaba de receber um bebê de seis meses).
“É uma vivência diferente de uma casa comum, onde você tem geralmente pai, mãe e no máximo dois, três irmãos”, diz Jadde Santos, de 30 anos, que morou na associação dos 3 aos 18 anos. “Lá, eu me achava o máximo porque eu tinha 15”.
Mas a associação precisa de ajuda. Alvo de constantes alagamentos, sua sede administrativa — onde as crianças realizam atividades extracurriculares — precisa ser completamente reconstruída. A obra está orçada em cerca de R$ 1 milhão, metade do orçamento anual da associação, e que é financiado principalmente por pessoas físicas.
Numa campanha de crowdfunding que começa hoje, a Odebrecht Realizações — o braço imobiliário da Odebrecht — e a Swiss Re já se comprometeram a entrar com R$ 2 para cada real doado. Em outras palavras: toda doação será triplicada.
(Na prática, a resseguradora já vem apoiando a Maria Helen Drexel, tendo elegido a associação como “Charity of The Year” por três anos consecutivos, o que proporcionou um terço dos recursos necessários. Já a Odebrecht Realizações fará a gestão da construção e aportará expertise e recursos, o que corresponde a outro terço do orçamento.)
O arranjo é obra de João Nogueira Batista, que já foi CEO da Swiss Re no Brasil, está no board da Odebrecht e tornou-se conselheiro da associação.
A contribuição é simples: leva menos de dois minutos e pode ser feita via cartão de crédito.
A meta da campanha é chegar pelo menos aos R$ 900 mil — mas se a generosidade foi maior, pode ajudar a instituição a resolver ainda outro problema: dar acompanhamento e fazer uma espécie de ‘república’ para os adolescentes que tem de deixar a associação aos 18 anos, até que eles se posicionem no mercado de trabalho.
As fotos atuais da sede e o projeto da obra estão aqui: