Warren Buffett já disse que os memorandos de Howard Marks, enviados a seus clientes na Oaktree Capital Management, são a primeira coisa que ele abre e lê sempre que recebe.
Howard costuma usar os memos para discorrer sobre teses de investimento e a economia em geral.
Mas no mais recente deles, ele deixou os mercados de lado para se posicionar sobre um tema mais dramático e urgente: o racismo sistêmico nos Estados Unidos, as desigualdades sociais crescentes e suas implicações para uma sociedade que maltrata constantemente suas minorias.
“Nossa nação não pode perdurar por muito tempo se algumas pessoas forem negadas direitos humanos e oportunidades básicas simplesmente porque pertencem a grupos definidos por cor ou raça,” escreveu Howard. “Isso é verdade hoje e se tornará uma verdade ainda maior na medida em que nos tornamos uma nação onde a maioria das pessoas fazem parte de minorias.”
No documento de três páginas, Howard disse que todos precisamos nos comprometer com “o desmantelamento do racismo sistêmico” e “a busca pela igualdade.”
Howard, cuja fortuna pessoal é estimada em mais de US$ 2 bilhões, ponderou sobre as dificuldades de se colocar no lugar dos outros e entender a dor dos mais vulneráveis.
“Pessoas afortunadas como eu podem refletir sobre as injustiças e desigualdades o quanto quiserem, mas não temos como vivenciar a tristeza, medo e raiva constante das pessoas que são vitimizadas por elas,” escreveu. “Eu e muitos outros só passamos a entender esses sentimentos de forma mais profunda por causa dos eventos envolvendo o assassinato de George Floyd.”
Ele acredita que agora “a verdade finalmente será vista” e que “algo será feito a respeito,” e alertou para um futuro que tende a agravar a desigualdade.
“Hoje, a maré da economia não está subindo mais com tanta força e a distribuição [de renda] está ainda mais desigual; as vantagens de quem tem mais educação e capital estão sendo ampliadas; e a desigualdade de resultados simplesmente não é mais aceitável.”
Para ler a íntregra do memorando, clique aqui.