A Jimmy Choo, grife de sapatos femininos celebrada em ‘O Diabo Veste Prada’ (amostra abaixo), está abrindo seu capital hoje na Bolsa de Londres.
Os Reiman, a família alemã que controla a marca, estão vendendo 25% do negócio.
De acordo com a Reuters, o IPO deve ser precificado no ponto mais baixo da faixa indicativa de preço, ou 1,4 libra por ação.
Isso vai dar à Jimmy Choo um valor de mercado de cerca de 2,2 bilhões de reais, o equivalente a 20 vezes o lucro esperado para 2015.
Para efeito de comparação, a Arezzo — cuja ação está em queda de 28% nos últimos 12 meses — vale 2,3 bilhões de reais na Bovespa, e negocia a um múltiplo bem menos agressivo: 16 vezes o lucro de 2015.
A comparação entre as duas empresas não é perfeita porque a Jimmy Choo pratica preços bem mais altos que as principais marcas da Arezzo: Arezzo e Schutz.
A Jimmy Choo é parte de um grupo de marcas de luxo que inclui Ferragamo, Louboutin e Manolo Blahnik — estas duas últimas, as preferidas de Carrie Bradshaw em ‘Sex and the City’, além de seus Jimmy Choos, é claro.
Uma outra marca da Arezzo — a Alexandre Birman — é mais comparável à Jimmy Choo, mas não é uma empresa independente e só tem duas lojas físicas, ambas em São Paulo.
As duas companhias têm um modelo misto de franquias e lojas próprias. A Jimmy Choo tem mais lojas próprias que a Arezzo (120 x 50), mas a Arezzo tem uma rede de franquias bem maior (411 x 47).
Mas a diferença mais importante talvez seja a seguinte: enquanto a Arezzo dá lucro, a Jimmy Choo perde dinheiro há pelo menos quatro anos. De acordo com o prospecto da oferta de ações, o prejuízo deste ano deve ser de 9,4 milhões de libras, bem menos que os 17,8 milhões perdidos no ano passado.
Para 2015, no entanto, a empresa prevê uma virada: deve fechar no azul em 28,3 milhões de libras, e este é um dos grandes apelos do IPO. Aliás, o azul sempre está na moda entre os investidores.