Com a queda de hoje (-6,2%), embalada pelo crash contínuo do petróleo, a Petrobras voltou a negociar a preços de 2005 — a conta, feita pela Economática, considera todos os dividendos que a empresa pagou no período. (Deflacionada pelo IPCA, a ação está no mesmo valor de 2003).

Da última vez que a ação PN negociou a 11,50 reais, o Brasil ainda respeitava seu tripé macroeconômico, Barack Obama não morava na Casa Branca, a Netflix ainda era uma empresa que entregava DVDs pelo correio, e todo mundo achava que corrupção com empreiteiras era uma espécie de pedra nos rins, e não metástase.

O tempo passa, o tempo voa, e o acionista da Petrobras nunca mais se viu numa boa.

Não só seu dinheiro rendeu ZERO de lá para cá, como ele perdeu os 155% que teria ganho se tivesse aplicado na renda fixa — este é o CDI do período.

Se tivesse aplicado no índice Bovespa, teria ganho 64%.

Pior ainda é a situação do investidor que comprou o sonho do pré-sal no aumento de capital de 2010 e comprou ações a 26,30 reais (o preço da PN na oferta).  Este acionista está perdendo 55%.

Graças à Polícia Federal e ao Ministério Público, todo mundo sabe quem ganhou — e muito — de lá pra cá.

E nem a queda do petróleo, responsável em grande parte pela queda de hoje,  é capaz de resolver a situação financeira da empresa.

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